Atualizada às 20h04
Dez pessoas morreram em um tiroteio nesta sexta-feira (22) em um shopping de Munique (sul da Alemanha) - informou a Polícia, que se referiu a um ato "terrorista" e mobilizou todas as suas forças para encontrar "até três" possíveis agressores.
"Tristes notícias: o número de mortos subiu para oito (já são dez)", disse a Polícia de Munique em sua página no Twitter.
O balanço anterior da Polícia era de seis mortos e vários feridos graves.
A cidade bávara se encontra em estado de alerta, com o conjunto dos "meios disponíveis" mobilizados, segundo a Polícia de Munique, enquanto o céu se enchia de helicópteros. "Até três autores" do tiroteio estão sendo procurados, afirmou um representante da polícia à imprensa. Segundo informações apuradas pela AFP, várias testemunhas disseram que os agressores eram homens com traços "árabes". O porta-voz da Polícia não confirmou nesta informação.
A estação central de trens de Munique foi evacuada à noite e os serviços de metrô, ônibus e trem elétrico foram suspensos "por ordem policial", informaram em dois comunicados separados o serviço ferroviário alemão Deutsche Bahn e o de transportes de Munique. The trains, the tramways and the busses of the MVG are out of service at the moment.
O tiroteio começou pouco antes das 16h GMT (13h, horário de Brasília) em um restaurante de fast-food, disse à AFP uma fonte policial.
Segundo a edição on-line do jornal Bild, um homem correu dentro do shopping e disparou contra várias pessoas antes de fugir em direção a uma estação de metrô.
A Polícia da capital bávara disse à AFP que pode se tratar de um ato de "terrorismo". Um outro porta-voz das forças de segurança citado pela agência DPA alertou sobre "uma situação terrorista" em curso.
Trata-se do terceiro ataque contra civis na Europa Ocidental em menos de dez dias, depois do atentado com um caminhão em Nice (sul da França), em 14 de julho, que deixou 84 mortos, e de um ataque com um machado em um trem na Baviera, que resultou em cinco feridos.
O presidente americano, Barack Obama, prometeu às autoridades alemães "todo o apoio de que precisarem", enquanto o chefe de Estado francês, François Hollande, dirigiu uma "mensagem pessoal de apoio" à chanceler alemã, Angela Merkel.
Em nota, o presidente alemão, Joachim Gauck, disse estar "horrorizado" pelo "ataque assassino" de Munique, expressando sua solidariedade às vítimas e a seus familiares.
A Polícia desmentiu um segundo tiroteio em outro lugar da cidade, apesar de supostas testemunhas terem afirmado que o presenciaram.
"É o pânico (que há) em vários lugares da cidade", explicou um porta-voz municipal.
O tiroteio acontece quatro dias após um ataque com um machado cometido na segunda-feira em Wurzburgo, quando um solicitante de asilo atacou os passageiros de um trem.
Cinco pessoas ficaram feridas, sendo quatro turistas chineses de Hong Kong em um trem e uma transeunte.
O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou esse ataque, o primeiro reconhecido por essa organização na Alemanha. O governo alemão duvida, entretanto, de que o EI tenha sido responsável pelo atentado.
O ministro do Interior, Thomas de Maizière, advertiu na quarta-feira que a Alemanha "se encontra sob a mira do terror internacional".
"A situação é séria. Devemos contar com que a Alemanha também se prepare para atentados de pequenos grupos, ou de pessoas radicalizadas", disse o ministro em coletiva de imprensa.
A cerca de 500 quilômetros de Munique, o estado da Renânia do Norte-Vesfália anunciou a intensificação de suas medidas de segurança.