O líder da organização extremista síria Frente al-Nusra, Abu Mohammed al Golani, anunciou oficialmente seu desligamento da rede Al-Qaeda e disse que formará um novo movimento com o nome de Fatah al Sham Front ("Frente para a Conquista do Levante").
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (29) pela emissora árabe Al-Jazeera. Em um vídeo de quatro minutos, Al Golani mostrou seu rosto ao público pela primeira vez, vestindo uniforme militar. Nas imagens, ele aparece ao lado de dois combatentes, todos com barba e turbantes.
"Preservaremos a jihad (guerra santa), continuaremos protegendo-a. A comunidade internacional, com Rússia e Estados Unidos na liderança, bombardeia os muçulmanos do levante (Síria) com o pretexto de nos golpear, que respondemos à Al-Qaeda. Por isso, decidimos interromper nossas relações com a Al-Qaeda e rebatizar a Nusra", disse.
"Formamos um novo grupo que não tem filiação com organizações estrangeiras e que busca os seguintes objetivos: aplicar a religião de Allá, estabelecer a sharia (lei islâmica) e levar a justiça aos povos, unificando as facções de mujahidins para libertar o levante", explicou o líder do grupo.
Especialistas locais em contraterrorismo, porém, comentaram que não ficou claro qual identidade o grupo tomará, nem quais serão suas estratégias de ação. A Frente al-Nusra surgiu oficialmente em janeiro de 2012, após o início da revolta popular contra o regime de Bashar al-Assad.
No ano seguinte, o grupo jurou lealdade à Al-Qaeda, que o considerava seu único representante na Síria. Enquanto a organização extremista Estado Islâmico combate todos os grupos na Síria, a Frente al-Nusra se aliou a opositores de Assad e mantém cerco apoio popular. Muitos de seus membros são combatentes sírios.