Os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Juan Manuel Santos, da Colômbia, acordaram nesta quinta-feira habilitar a passagem de pedestres na fronteira a partir do próximo sábado, como parte de uma reabertura progressiva da zona limítrofe.
"O que vamos fazer é abrir a fronteira de forma gradual", disse Santos na cidade venezuelana de Puerto Ordaz, ao explicar que os cinco pontos pactuados estarão em operação durante 15 horas diárias.
"Será uma abertura transitória enquanto vamos aprendendo e adequando as decisões para que cada passo dado seja certeiro, positivo", acrescentou.
Maduro assinalou que se trata de uma "primeira fase de abertura", e chamou a "fazer todo o possível para que seja mais exitosa" ao criar as condições de uma "nova fronteira de paz".
A zona limítrofe foi fechada em 19 de agosto de 2015 por ordem de Maduro, devido a um ataque armado contra uma patrulha militar venezuelana, deixando três feridos, e que foi atribuído a grupos paramilitares colombianos.
Santos, que ficou encarregado de expor os acordos, disse que o tema prioritário continua sendo a segurança, para o qual, recordou, no começou dessa semana se ativou uma instância binacional de luta contra o crime organizado.
"É muito importante porque irá facilitar que o resto da fronteira possa fluir tranquilamente", sustentou.
O presidente colombiano também anunciou uma troca de informação aduaneira para enfrentar o contrabando de combustível, um dos motivos que Maduro utilizou como argumento para o fechamento.
Agora, Maduro fala em "um novo começo das relações econômicas e comerciais", assinalando que já estão definidas as "fórmulas para reativar" essa questão.
Os presidentes anunciaram estas medidas após avaliar um relatório que suas equipes apresentaram, depois de se reunirem em 14 oportunidades antes do encontro de hoje.
O território limítrofe, de 2.219km, é afetado há anos pelo contrabando e grupos criminosos ligados ao tráfico, segundo as autoridades.
Em uma reunião de chanceleres na semana passada em Caracas, ficou resolvida a criação de uma cédula de identidade especial para os residentes da fronteira, assim como um aumento no controle de segurança.
O fechamento da fronteira estremeceu as relações bilaterais, após a deportação e êxodo de milhares de colombianos por parte das autoridades venezuelanas.