Huan Hin, um lugar tranquilo no qual os turistas desfrutam da praia, do mercado e de seus restaurantes pitorescos, descobriu nas últimas horas o horror das bombas e dos cadáveres em plena rua.
"É muito preocupante. Este tipo de coisa não acontece aqui normalmente, é um recanto tranquilo para a aposentadoria, com muitos estrangeiros. Não é bom para a cidade, nada bom", lamentava pela manhã Kevin Mcbeath, um aposentado australiano morador de Hua Hin, 200 km ao sul de Bangcoc.
Na noite de quinta-feira (11), uma dupla explosão matou uma vendedora ambulante e deixou vários feridos, alguns deles estrangeiros. Pela manhã esta rua próxima ao mar havia ficado irreconhecível.
O normal é vê-la repleta de turistas, desfrutando de seus bares e restaurantes. Na noite de quinta-feira estava muito movimentada, no início de um fim de semana prolongado.
"É a primeira vez que ouço algo assim", contou Peter Klinge Kryger, um turista dinamarquês de 65 anos, que acordou com o barulho das explosões.
"Mas não tenho medo, se tivesse medo não faria nada, ficaria na minha casa na Dinamarca", acrescentou. Ele não planeja encurtar as férias.
Na manhã desta sexta-feira, enquanto a polícia forense recolhia evidências, os habitantes depositavam flores vermelhas no que restava de um jardim destruído pelas explosões.
As duas bombas estavam escondidas em canteiros de flores para, segundo as autoridades, provocar o maior número possível de vítimas.
Nesta sexta-feira era possível contar nos dedos o número de habitantes que se aventuravam pelas ruas, que até o incidente de quinta ficavam lotadas.
Apesar de tudo foi celebrado o desfile previsto por ocasião do aniversário da rainha Sirikit da Tailândia, a centenas de metros do local onde as bombas explodiram.
Horas depois, no mesmo bairro ocorreu uma segunda explosão. Os jornalistas da AFP viram um morto e vários feridos no chão.
Repentinamente, as ruas se esvaziaram e muitas lojas fecharam.
O mercado noturno de Hua Hin, muito apreciado pelos turistas, permanecerá fechado na noite desta sexta-feira, anunciou a prefeitura, que decidiu estabelecer postos de controle na cidade.
"O que me dá mais medo é que não terei mais clientes estrangeiros", afirma Wichai Chaona, um taxista de 58 anos, que teme a fuga dos turistas.
Hua Hin não foi a única atingida pelas bombas nas últimas horas.
Ocorreram explosões em outras localidades, incluindo Phuket.
Nesta cidade, a mais conhecida da Tailândia, a explosão foi registrada na zona de praia de Patong. Um homem ficou levemente ferido.
Em Bangcoc, o chefe da polícia nacional Chaktip Chaijinda "ordenou o reforço da segurança em todos os edifícios governamentais e locais simbólicos, principalmente os pontos de ônibus, os aeroportos, as zonas turísticas, os restaurantes...".
A Tailândia é um destino turístico muito popular entre os estrangeiros, atraídos por suas praias de águas cristalinas, seus templos e seu exotismo.