Japão lembra 71º aniversário de sua rendição na Segunda Guerra

O imperador Akihito destacou nesta segunda-feira (15) os ''profundos arrependimentos'' pelo passado guerreiro do Japão
AFP
Publicado em 15/08/2016 às 7:59
O imperador Akihito destacou nesta segunda-feira (15) os ''profundos arrependimentos'' pelo passado guerreiro do Japão Foto: Foto: JIJI PRESS / AFP


O imperador Akihito destacou nesta segunda-feira (15) os "profundos arrependimentos" pelo passado guerreiro do Japão, no aniversário de 71 anos da rendição incondicional do país, que colocou fim à Segunda Guerra Mundial.

"Ao olhar para nosso próprio passado e sentindo profundo arrependimento, desejo que nunca mais se repitam os estragos da guerra", disse o imperador, cujo pai, Hirohito, foi o encarregado de anunciar a rendição dias depois dos bombardeios atômicos contra Hiroshima e Nagasaki.

Desde que ascendeu ao trono, em 1989, Akihito personificou o Japão pacifista e respeitoso da Constituição de 1947, imposta pelos vencedores, na qual o imperador perdeu seu caráter divino.

Durante seu reinado, o imperador percorreu os países nos quais foram registradas atrocidades por parte das tropas imperiais japonesas de ocupação na Segunda Guerra para compartilhar a sua dor com as populações afetadas.

No ano passado, aos 70 anos da rendição japonesa, ele expressou, pela primeira vez, o "profundo arrependimento" pelos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial.

A mensagem deste ano ocorreu dias depois de o soberano dar a entender que deseja uma modificação do quadro legal para lhe permitir abdicar em favor de seu filho, Narihito, e transferir a ele suas funções - apenas honorárias - como "símbolo da nação".

"Devemos agir para não repetir nunca mais os horrores da guerra. Devemos manter o compromisso firme de contribuir para a paz e a estabilidade", declarou, por sua vez, o primeiro-ministro do Japão, o nacionalista Shinzo Abe, criticado pelos pacifistas por sua ambição de modificar a Constituição, cujo artigo 9 estipula a renúncia do país à guerra como meio de solucionar as divergências internacionais.

Por sua vez, as ministras do Interior e dos Jogos Olímpicos, assim como 70 parlamentares e outras personalidades, visitaram nesta segunda-feira o santuário patriótico de Yasukuni, em Tóquio, em homenagem às vítimas do conflito, o que pode provocar novamente a revolta da China e da Coreia do Sul.

Este lugar de culto sintoísta lembra 2,5 milhões de mortos pelo país, entre eles 14 japoneses que os aliados condenaram como criminosos de guerra após o fim do conflito.

A expansão militar do Japão entre 1910 e 1945 segue tensionando as relações diplomáticas com seus vizinhos asiáticos.

Nesta segunda-feira, a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, convocou relações orientadas para o futuro entre seu país e o Japão.

"Devemos redefinir as relações com o Japão para forjar laços orientados para o futuro", disse a presidente em um discurso televisionado em Seul.

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