Os mega doadores democratas, incluindo George Soros e Tom Steyer, estão colocando milhões de dólares em esforços para colocar Hillary Clinton na Casa Branca e também ganhar o controle do Senado. O investimento acontece enquanto republicanos se preocupam não apenas com as chances de seu candidato Donald Trump, mas também com seu efeito sobre as corridas eleitorais legislativas.
Poucos dos maiores doadores do Partido Republicano têm colocado grande volume de dinheiro em Trump, uma grande mudança em relação a quatro anos atrás, quando Mitt Romney tinha mais doadores de um milhão de dólares do que o presidente Barack Obama. Esses doadores também não estão correndo para ajudar a salvar o Senado, com base nos relatórios financeiros dos comitês de ação política (PACs, na sigla em inglês) do partido de julho.
Os candidatos presidenciais e muitos grupos de fora detalharam suas captações e gastos de julho à Comissão Eleitoral Federal neste fim de semana. Entre os destaques está o retorno de Soros. Apenas em julho, seu hedge fund New York doou US$ 1,5 milhão ao PAC Paternidade Planejada e US$ 35 mil ao Prioridades EUA, ambos trabalhando para eleger Hillary Clinton. Além disso, doou US$ 500 mil ao PAC Maioria do Senado. Essas últimas contribuições de Soros levam o total de doações a mais de US$ 14 milhões no período entre 2015 e 2016, um aumento de cinco vezes em relação a seu investimento em PAC durante a eleição presidencial anterior.
Do outro lado dos EUA, o hedge fund Califórnia do bilionário Tom Steyer também se mostra similarmente generoso. Mês passado ele direcionou mais US$ 7 milhões ao seu PAC chamado NextGen Comitê de Ação Climática. Nos últimos dois anos ele colocou US$ 38 milhões no grupo, que trabalha para defender políticos que não acreditam em mudanças climáticas causadas pelo homem. O NextGen também está gastando pesadamente para ajudar Hillary Clinton, inclusive com a doação de milhões de dólares ao PAC Sindical que a apoia.
Outro bilionário com seu próprio PAC é o ex-prefeito de Nova York Michael
Bloomberg, que doou US$ 5 milhões em julho. O grupo, chamado Independência EUA, apoia candidatos que querem medidas mais rigorosas de controle de armas. Embora isso frequentemente signifique apoio aos democratas, o PAC recentemente começou a ajudar o senador republicano da Pensilvânia Pat Toomey para que mantenha seu assento.
No lado Republicado, o Fundo de Ação Parceiros da Liberdade está entre os maiores grupos a gastar com a corrida ao Senado. Em julho, contou com um único doador, o bilionário Paul Singer, que deu US$ 1 milhão. Parceiros da Liberdade é um dos muitos grupos dirigidos pelos industriais Charles e David Koch, que se sentem desconfortáveis com o candidato presidencial republicano Donald Trump e decidiram se concentrar em eleições ao Senado.
Singer, que também não apoia Trump, doou outros US$ 1 milhão em julho ao fundo de apoio à liderança republicana no Senado, unindo-se ao cofundador da Home Depot Bernard Marcus. As contribuições desses dois homens responderam por cerca de 80% da captação do PAC de julho, um sinal de que um grande número de doadores republicanos que estão às margens da campanha presidencial não estão direcionando seu dinheiro para as eleições ao parlamento, como alguns previam.
Entre os apoiadores de Trump, um grupo chamado PAC Grande América obteve sua maior contribuição em julho, US$ 100 mil do bilionário Charles Johnson, que apoiava o oponente republicano Jeb Bush. Outro grupo de Trump é o Faça América número 1, financiada exclusivamente pelo bilionário Robert Mercer, que doou US$ 2 milhões em junho, se tornando o mais generoso apoiador de Trump até agora. Ele foi o principal financiador de Ted Cruz, maior oponente de Trump na corrida primária.