Sete estudantes e dois policiais foram mortos durante o ataque contra a Universidade Americana de Cabul na quarta-feira (24), informou nesta quinta o porta-voz do ministério do Interior afegão.
"Sete estudantes foram martirizados e outros 30, feridos", disse à AFP o porta-voz Sediq Sediqqi, acrescentando que dois policiais também morreram.
O chefe da polícia de Cabul, Fraidoun Obaidi, acrescentou que dois agressores também foram mortos: "concluímos a operação, dois agressores abatidos".
Entre os feridos no ataque, há alguns em estado grave, revelou o ministério da Saúde.
A ação, ainda não reivindicada, começou com a explosão de um carro-bomba, após o qual soldados cercaram rapidamente o centro de estudos, repleto de alunos que trabalham durante o dia e estudam a noite.
Dentro da universidade, o pânico tomou conta dos alunos em meio a explosões e disparos.
"Ficamos presos dentro da minha sala de aula com outros estudantes. Ouvi explosões e disparos perto daqui", afirmou um aluno à AFP por telefone.
Outros estudantes presos postaram várias mensagens de desespero no Twitter. Entre eles Massud Hossaini, fotojornalista da Associated Press e ganhador do prêmio Pulitzer.
Em meio ao ataque, "muitos estudantes foram evacuados", informou o porta-voz do Ministério do Interior, Sediq Sediqqio, acrescentando que nenhuma informação indicava que os atacantes haviam pego reféns.
Conselheiros militares, membros da coalização internacional dirigida pelos americanos, ajudaram as forças afegãs a enfrentar este ataque, segundo um responsável americano de Defesa.
O ataque acontece duas semanas depois que dois professores universitários - um americano e um australiano - foram sequestrados perto da universidade.
Ambos os professores foram pegos por homens armados na noite do dia 8 de agosto em pleno centro de Cabul, último sequestro até agora contra estrangeiros.
A direção da universidade de elite, que abriu em 2006 e possui atualmente mais de 1.700 estudantes, não comentou o incidente.
A Universidade Americana do Afeganistão (AUAF), que tem várias associações e programas de intercâmbio com universidades prestigiadas nos Estados Unidos como Georgetown, Stanford e a Universidade da Califórnia, se apresenta como "a única universidade particular, sem fins lucrativos, apartidária e mista do Afeganistão", república islâmica onde homens e mulher estão, comumente, separados.
O Ministério do Interior indicou no início do mês que o campus estava protegido permanentemente por 70 membros das forças de segurança.
Este ataque ocorre duas semanas após o sequestro de dois professores desta universidade privada, um americano e outro australiano, cujo paradeiro é ignorado.
Os talibãs também lançaram um ofensiva contra o governo afegão, apoiado pelo Ocidente, multiplicando os atentados em todo o país.
Os rebeldes ameaçam atualmente a cidade de Lashkar Gah, capital da província de Helmand, defendida por tropas leais a Cabul com o apoio americano.
Helmand é uma das regiões onde mais de produz papoula, base do ópio, fonte de financiamento da revolta talibã.