Reino Unido e França pediram ao Conselho de Segurança da ONU, nesta terça-feira (30), a aprovação de sanções contra a Síria, depois que uma investigação da organização concluiu que o governo de Damasco lançou ataques com armas químicas.
Quando seguiam para uma reunião para tratar dos resultados da investigação, os embaixadores de Londres e Paris na ONU descreveram o uso de armas químicas contra civis como um crime de guerra.
"A França apoia uma resposta rápida e enérgica do Conselho de Segurança", disse o embaixador francês, François Delattre.
Isso significaria "impor sanções aos responsáveis por esses atos, que constituem crimes de guerra e contra a humanidade", declarou à imprensa.
A embaixadora americana, Samantha Power, não especificou quais medidas deveriam ser tomadas, mas pediu ao Conselho de Segurança que aja com rapidez para garantir que os responsáveis de usar armas químicas "sejam castigados".
Em um relatório divulgado na semana passada, um painel de investigação criado pelo Conselho de Segurança disse que forças do presidente Bashar al-Assad haviam lançado pelo menos dois ataques com armas químicas - um em 2014, e outro, em 2015.
Informes anteriores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) concluíram que, na guerra civil síria, iniciada há cinco anos, gases tóxicos foram utilizados como armas. Pararam de ser usados pouco antes de se identificar os agressores.
Conhecido como Mecanismo de Investigação Conjunta, o painel apontou pela primeira vez para o regime de Al-Assad como responsável pelo uso de armas químicas, após anos de negativa de Damasco.
O embaixador britânico, Matthew Rycroft, disse que o Conselho "estudará a aprovação de sanções e alguma forma de imputar responsabilidades no âmbito da legislação internacional".
Rycroft acrescentou que era "essencial dispor de uma resposta internacional sólida" e aprovar "medidas no marco do capítulo 7" da Carta da ONU, que contempla sanções.
A proposta de aprovar sanções contra Damasco deve enfrentar resistência da Rússia, aliado da Síria.