Existem, na verdade, quatro espécies de girafa, e não uma como se acreditava anteriormente, disseram pesquisadores nesta quinta-feira (8) com base em análises genéticas, em uma descoberta que pode modificar os esforços de conservação para o mamífero mais alto do mundo.
O estudo publicado na revista científica Current Biology se baseou na análise do DNA obtido a partir da biópsia da pele de 190 girafas em toda a África.
As populações de girafas diminuíram drasticamente na África ao longo das últimas décadas, passando de cerca de 150.000 exemplares para menos de 100.000.
As girafas têm sido pouco estudadas em comparação com outros grandes animais, como elefantes, rinocerontes, gorilas e leões.
Até agora, os pesquisadores acreditavam que havia apenas uma espécie de girafa, com nove subespécies.
Os últimos dados mostram que há quatro espécies diferentes de girafas que, aparentemente, não acasalam umas com as outras na natureza.
As quatro espécies descritas são a Girafa do Sul (Giraffa giraffa), a Girafa Masai (Giraffa tippelskirchi), a Girafa Reticulada (Giraffa reticulata) e a Girafa do Norte (Giraffa camelopardalis), que inclui a Girafa de Nubiana (Giraffa camelopardalis camelopardalis) como uma subespécie, de acordo com o estudo.
O artigo também afirma que as diferenças genéticas entre as espécies de girafas "são pelo menos tão grandes quanto aquelas entre os ursos polares e os pardos".
"Ficamos extremamente surpresos, porque as diferenças de padrões morfológicos e de pelo entre as girafas são limitadas", disse Axel Janke, geneticista do Centro de Pesquisa do Clima e Biodiversidade Senckenberg e da Universidade de Goethe, na Alemanha.
"Consequentemente, as girafas devem ser reconhecidas como quatro espécies distintas, apesar da sua aparência similar", acrescentou.
Agora, pesquisadores dizem que algumas girafas poderiam ser incluídas na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como espécies vulneráveis ou em perigo de extinção.
Há, por exemplo, menos de 4.750 exemplares de Girafa do Norte na natureza, e menos de 8.700 Girafas Reticuladas, situando estas espécies entre os grandes mamíferos mais ameaçados do mundo, disse a equipe de pesquisa.