A paz através da diplomacia na Síria parece estar cada vez mais distante após os países que tentam terminar com a guerra terem entrado, mais uma vez, em conflito. Após uma reunião no Conselho de Segurança das Nações Unidas neste domingo (25), a troca de farpas entre ambos os lados se ampliou.
Por um lado, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha acusam a Rússia de "prolongar" a guerra por apoiar o presidente sírio Bashar al-Assad.
Segundo os EUA, a Rússia iniciou um ataque "sem precedentes" em Aleppo com o objetivo de matar rivais de Assad, acirrando ainda mais o conflito.
"O que a Rússia está patrocinando e fazendo não é contraterrorismo, é barbárie. Em vez de buscar a paz, Rússia e Assad fazem guerra. Em vez de fazer com que ajuda essencial chegue aos civis, Rússia e Assad estão bombardeado comboios, hospitais e socorristas que tentam desesperadamente manter as pessoas vivas", disse Samantha Power, embaixadora dos EUA na ONU.
Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse à agência de notícias russa Tass nesta segunda-feira (26) que o tom de alguns funcionários britânicos e norte-americanos "é inaceitável". Peskov afirmou ainda que essa posição pode "provocar grandes danos" ao processo de paz sírio e "às relações bilaterais". Segundo o porta-voz, "não há consenso" para uma solução pacífica para a Síria.
Enquanto as lideranças internacionais discutem, a população síria continua sofrendo com centenas de ataques - seja da coalizão norte-americana, dos ataques russos ou das ameaças dos grupos terroristas. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, só nas últimas 24 horas, mais 23 civis morreram em Aleppo.
Para o enviado especial da ONU na Síria, Staffan de Mistura, "esses dias angustiantes são os piores desde quando o conflito começou na Síria". "O deterioramento da situação de Aleppo está atingindo níveis de horror", acrescentou o comissário lembrando que "270 mil pessoas estão sob ataque há 20 dias".