Baía dos Porcos, símbolo do fracasso dos EUA em derrotar Fidel Castro

Organizada pela CIA e com aprovação do presidente Dwight Eisenhower, ação foi considerada por Cuba como a "primeira grande derrota dos EUA na América Latina"
AFP
Publicado em 26/11/2016 às 19:45
Foto: Foto: Martin Bernetti/AFP


A invasão da Baía dos Porcos ficou registrada na história como o símbolo do fracasso dos Estados Unidos em suas tentativas de derrotar Fidel Castro, cuja morte foi anunciada neste sábado.

Na ação que Cuba proclamou como "a primeira grande derrota do imperialismo na América Latina", cerca de 1.400 anticastristas armados pelos Estados Unidos desembarcaram em 17 de abril de 1961 em Playa Larga e Playa Girón, na Baía dos Porcos, a 250 km de Havana, e foram vencidos após 72 horas de combates.

Organizada pela CIA com aprovação do presidente Dwight Eisenhower, e depois assumida por seu antecessor John F. Kennedy, a operação começou em 14 de abril, quando zarparam da Nicarágua rumo a Cuba os buques com expedicionários da "Brigada 2506" treinados nas bases instaladas em segredo nesse país e na Guatemala.

Em plena Guerra Fria, na manhã do dia 15 de abril, seis bombardeiros B-26 com bandeira cubana, saídos da Nicarágua, atacaram as bases aéreas de Havana e de Santiago de Cuba (sudeste). Um deles foi derrubado pela artilharia anti-aérea cubana.

Cinco aeronaves da aviação cubana foram destruídas em terra, mass restaram nove (três Sea Fury, três T-33 e três B-26) que foram decisivas nos combates dos dias seguintes. A CIA acreditava ter liquidado a força aérea cubana.

No dia 16, durante o funeral de sete vítimas dos bombardeios, Castro declarou: "O que os imperialistas não perdoaram é que estejamos aqui e que tenhamos feito uma revolução socialista embaixo dos próprios narizes dos Estados Unidos".

Essa foi a primeira vez que Fidel Castro proclamou a natureza de sua revolução, depois de ter negado por anos o caráter comunista de seu movimento.

Na madrugada de 17 de abril, apoiados por oito buques, desembarcaram os expedicionários anticastristas na Playa Girón e na Playa Larga, distantes cerca 30 km entre elas.

Os combates se estenderam até o dia 19 de abril. Mas, privados de apoio –já que Kennedy não quis envolver a aviação americana- e de armas pesadas, com barcos afundados e aviões derrubados, os invasores se renderam.

Fidel Castro, então com 34 anos, dirigiu o campo de operações. Os enfrentamentos terminaram com 107 mortos e 1.189 prisioneiros nas fileiras anticastristas e 161 abatidos nas fileiras de Castro.

Cinco dos capturados foram executados, nove condenados a 30 anos de prisão; os outros foram liberados em dezembro de 1962 em um intercâmbio por 53 milhões de dólares em medicamentos e alimentos.

A invasão da Baía dos Porcos foi o choque mais forte choque do conflito entre Cuba e Estados Unidos, e abriu uma escalada em que Castro resistiu a 11 presidentes norte-americanos, até que ambos os países retomaram suas relações diplomáticas em 2015.

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Foto mostra uma pomba branca pousada no ombro de Fidel Castro durante discurso - Foto: Rafael Perez/AFP
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Foto, tirada no dia 2 de setembro de 1998, mostra o encontro entre Fidel Castro e Nelson Mandela - Foto: ODD ANDERSEN / AFP
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Foto, tirada em 30 de janeiro de 1979, mostra visita de Saddam Hussein à Cuba, entre Fidel e Raúl - Foto: PRENSA LATINA / AFP
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Foto mostra o ex-presidente do Brasil, Lula, presenteando Fidel com uma camisa da seleção brasileira - Foto: ROBERTO STUCKERT FILHO / INSTITUTO LULA / AFP
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Foto de 20 de julho de 2006 mostra o líder cubano com o então presidente da Venezuela Hugo Chavez - Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP
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Retrato de Fidel Castro cercado de flores, em homenagem na frente da embaixada cubana de Santiago - Foto: Martin Bernetti/AFP
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Moradores de Miami com origem cubana celebram a morte de Fidel Castro - Foto: GUSTAVO CABALLERO / GETTY IMAGES
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