O ministro argentino de Fazenda e Finanças, Alfonso Prat-Gay, renunciou nesta segunda-feira (26) a pedido do presidente Mauricio Macri, segundo informações oficiais. O presidente decidiu reorganizar o ministério, dividindo-o em dois.
O chefe de gabinete do governo, Marco Peña, disse em entrevista coletiva que o posto ocupado por Prat-Gay durante pouco mais de um ano será dividido em duas áreas: a da Fazenda, que estará a cargo de Nicolás Dujovne, e a de Finanças, sob o comando de Luis Caputo. Não foi informado ainda em que momento eles assumirão.
O presidente "pediu a ele a renúncia, eu transmiti isso a Alfonso", disse o chefe de gabinete. Segundo Peña, as mudanças foram feitas no âmbito do poder do presidente para definir a equipe. O porta-voz não entrou no mérito sobre versões segundo as quais existiriam diferenças sobre a política econômica entre o agora ex-ministro e o presidente. O chefe de gabinete disse que Macri e Prat-Gay estavam reunidos no sul da Argentina, onde o presidente passa uns dias de férias.
Prat-Gay assumiu o posto de ministro em 10 de dezembro de 2015 e tem sido questionado por não conseguir uma reação da economia nem o controle da inflação, que estaria em cerca de 40% ao ano no país em 2016. Durante sua gestão, a Argentina acabou com a regra que restringia a aquisição de dólares e liberou o câmbio. Além disso, conseguiu negociar a dívida milionária com credores de bônus internacionais que impedia a chegada de investimentos.
Peña disse que Dujovne integrou a equipe técnica da campanha para as eleições presidenciais de 2015 e também a Fundación Pensar, de onde vem vários quadros técnicos do governo. Caputo, por sua vez, foi descrito como "uma pessoa idônea para o desafio produtivo do país", bem como para o financiamento sustentável e a melhora do sistema financeiro.
Peña apontou que o déficit fiscal ainda é uma das grandes questões pendentes da economia argentina. No orçamento de 2017 está estimado um déficit de 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Após a recessão sofrida em 2016, o governo espera crescimento de 3,5% no próximo ano. "Há um grande consenso de que vamos ter um 2017 muito bom, com melhora de salário, baixa na inflação e aumento das obras públicas", comentou o chefe de gabinete.