Com os braços entrelaçados e armados de flores, milhares de mexicanos formaram um "muro humano" na fronteira com os Estados Unidos, nesta sexta-feira (17), em protesto contra o projeto do presidente Donald Trump de construir uma enorme barreira para conter a passagem de migrantes.
Convocada por autoridades locais e por associações civis mexicanas, a manifestação reuniu políticos e líderes sociais e, sobretudo, uma multidão de estudantes, no início da tarde, na localidade fronteiriça de Ciudad Juárez, já separada por um muro da cidade americana de El Paso.
Sob o olhar da Patrulha Fronteiriça americana, os manifestantes - entre eles o prefeito de El Paso, Oscar Leeser - formaram uma barreira humana de quase 1,5 km, dando-se os braços e agitando bandeiras e panos brancos.
Leeser, que nasceu do lado mexicano da fronteira e reivindica suas raízes, disse aos presentes: "Ciudad Juárez e El Paso, somos uma única cidade, não estaremos separadas nunca".
No fim da tarde, no litoral do Pacífico, cerca de 50 manifestantes se reuniram em um ponto fronteiriço entre a mexicana Tijuana e a americana San Diego para também expressar seu repúdio ao muro.
"É uma mensagem de paz, onde buscamos enviar nossa solidariedade aos que vivem lá frente à política de Donald Trump", expressou a presidente da fundação Monumento Nacional dos Migrantes, a americana de origem mexicana Laura Díaz.
"O muro é uma das piores ideias. Isso não vai impedir nada, nem drogas, nem migrantes. É apenas um símbolo do ódio de Donald Trump, do racismo do presidente", disse à AFP em Ciudad Juárez a estudante de Ciências Sociais Ana Carolina Solís, de 31, que participou do ato.
A grande fila de pessoas era visível dos bairros de El Paso próximo ao muro que já existe nesse ponto da fronteira.