O Reino Unido notificará oficialmente nesta quarta-feira (29) os sócios europeus sobre a intenção de sair da União Europeia (UE), um processo que testará a resistência das instituições europeias e britânicas.
Ao final de dois anos de negociações, a UE perderá um membro do Conselho de Segurança da ONU e potência nuclear, mas o Reino Unido pode ficar sem a Escócia e a Irlanda do Norte, caso o descontentamento dos países com o Brexit resulte em independência.
O processo de divórcio começará no momento em que Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu — órgão que reúne os líderes dos países da UE — receber, às 11H30 GMT (8H30 de Brasília), uma carta da primeira-ministra britânica Theresa May invocando o Artigo 50 do Tratado de Lisboa.
O artigo, redigido curiosamente por um diplomata britânico ("Todo Estado membro poderá decidir, de acordo com suas normas constitucionais, retirar-se da União") marcará o início do primeiro processo de saída de um Estado membro em 60 anos de história da UE.
O embaixador britânico na UE, Tim Barrow, já está na sede do Conselho Europeu, onde entregará a Donald Tusk a carta com a notificação oficial do Brexit.
Antes de entregar o documento a Tusk, Barrow deve participar em uma reunião de embaixadores do bloco. De acordo com uma fonte diplomática, abandonará os colegas sem participar de um almoço previsto.
Minutos depois da entrega da carta, Theresa May anunciará no Parlamento britânico o início do processo de divórcio com a UE.
A primeira reação da UE será uma declaração à imprensa do presidente do Conselho Europeu em Bruxelas.