Dez pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas nesta segunda-feira (3) em uma explosão que ocorreu entre duas estações do metrô de São Petersburgo (noroeste da Rússia), informaram as autoridades, que abriram uma investigação por "ato terrorista".
Pouco depois, foi encontrada e neutralizada uma bomba caseira em uma terceira estação.
"Uma investigação foi aberta por ato terrorista", indicou o Comitê de Investigação russo em um comunicado, acrescentando que os investigadores vão examinar "todas as outras eventuais pistas".
O presidente Vladimir Putin, que se encontrava em São Petersburgo para participar de um encontro com jornalistas russos, foi informado da situação e fez uma breve declaração à TV estatal.
"Sempre estudamos todas as possibilidades: acidental, criminal e, principalmente, um ato de caráter terrorista", afirmou, depois de oferecer suas condolências às famílias das vítimas.
A explosão aconteceu às 14H40 (08H40 de Brasília), segundo os serviços secretos russos (FSB).
As primeiras imagens difundidas pelas redes sociais e emissoras de televisão russas mostram um vagão do metrô destruído, muita fumaça e vários passageiros tentando socorrer as vítimas em meio às ferragens.
"A explosão aconteceu entre duas estações, mas o condutor tomou a boa decisão de continuar a rota até a estação, o que permitiu proceder rapidamente à retirada e socorro das vítimas", declarou, em um comunicado, uma representante do Comitê de Investigação, Svetlana Petrenko.
O porta-voz do Comitê Antiterrorista Russo, Andrei Przhezdomsky, declarou que a explosão ocorreu em um vagão do metrô que circulava no trecho entre duas estações do centro da cidade: a do Instituto Tecnológico e a de Sennaya.
Andrei Kibitov, porta-voz do governo da segunda principal cidade da Rússia, informou o balanço de 10 mortos e quase de 50 feridos, em declarações ao canal de televisão Rossiya-24.
Todas as estações de metrô da cidade foram fechadas.
A cidade também fechou o tráfego no Prospekt de Moscou, uma longa avenida em São Petersburgo, permitindo apenas a circulação de ambulâncias que se dirigiram à toda velocidade para o local da explosão.
Horas depois, equipes especializadas encontraram um bomba caseira em uma terceira estação do metrô da cidade, conforme explicou o Comitê Nacional Antiterrorista citado por agências russas.
"Uma bomba caseira foi detectada a tempo na estação de Ploshad Vosstaniya e foi neutralizada", indicou o organismo.
Segundo a ministra da Saúde, Veronika Skovortsova, entrevistada pela rede pública de informação Rossiya-24, sete pessoas morreram no local, um homem a caminho do hospital e 39 pessoas foram internadas, sendo que duas morreram na emergência. Seis pessoas estão graves", informou.
"Eu estava no metrô. Na estação do Instituto Tecnológico, o trem parou, mas as portas não se abriam. Pela janela, vi pessoas feridas e quatro corpos no chão", explicou o aposentado Viacheslav Veselov, à AFP.
Outra moradora da cidade, Galina Stepanova, de 38 anos, estava perto do local da explosão. "Eu não estava dentro, mas vi pessoas saindo, atordoadas, sendo atendidas pelos socorristas".
"Minha mãe estava no metrô, mas não sei como ela está, não consigo contatá-la", explicou Natalia, que esperava angustiada do lado de fora da estação do Instituto Tecnológico.
"Nossos pensamentos estão com o povo russo", escreveu a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, no Twitter.
O presidente americano, Donald Trump, por sua vez, classificou a explosão de uma "coisa terrível".
"Acontece no mundo todo, com certeza uma coisa terrível", declarou o magnata em um evento na Casa Branca.
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) convocou seus adeptos a atacar a Rússia em função da intervenção russa em apoio às forças do presidente Bashar al Assad na Síria, desde setembro de 2015.
A Rússia tem sido desde então alvo de vários atentados, mas todos ocorreram nas instáveis repúblicas russas do Cáucaso.
Um mês depois do início desta intervenção, um avião que cobria a rota entre o Egito e a Rússia, com 224 pessoas a bordo, explodiu à altura do Sinai, em um atentado reivindicado pelo EI.
Os serviços de segurança russos anunciaram em várias ocasiões ter desmantelado células extremistas que tinham a intenção de atacar a capital, Moscou, ou a cidade de São Petersburgo, a segunda mais importante do país.