Moon Jae-In foi empossado nesta quarta-feira como o novo presidente da Coreia do Sul, iniciando seu mandato um dia após vencer eleições antecipadas devido ao impeachment de Park Geun-Hye por corrupção.
"Juro solenemente diante do povo que vou executar fielmente os deveres presidenciais", declarou Moon aos parlamentares reunidos na Assembleia em Seul.
Em seu discurso, Moon Jae-In declarou sua disposição de visitar Pyongyang, capital da Coreia do Norte, no momento em que a tensão entre os dois vizinhos está muito elevada.
"Se for necessário, vou viajar a Washington imediatamente (...). Vou a Pequim, a Tóquio e a Pyongyang se as circunstâncias permitirem", declarou o presidente sobre a crise com os norte-coreanos.
"Vou fazer tudo o possível para construir a paz na Península coreana", disse Moon, prometendo fortalecer as relações com Washington.
O presidente destacou que manterá "negociações sérias" com Estados Unidos e China sobre o polêmico sistema de escudo antimísseis americano THAAD, recentemente instalado no território sul-coreano.
O dispositivo irrita Pequim, que o considera uma ameaça a suas capacidades militares.
Após a instalação do THAAD, a China - principal parceiro comercial de Seul - adotou várias medidas contra empresas sul-coreanas, o que foi interpretado como uma forma de retaliação.
Nesta quarta-feira, o presidente chinês, Xi Jinping, felicitou Moon Jae-In por sua vitória e prometeu trabalhar junto ao líder sul-coreano para superar as tensões regionais.
"Com base no entendimento e no respeito mútuo, a China vai consolidar uma confiança política mútua, manejará apropriadamente as divergências, fortalecerá a coordenação e a cooperação e vai promover um desenvolvimento saudável e estável nas relações bilaterais", disse Xi, citado pela agência oficial Nova China.
Moon Jae-In, um veterano defensor dos direitos humanos, é claramente favorável à aproximação com Pyongyang, o que marca um giro em relação à política de Park.
O novo presidente sul-coreano também defende uma emancipação da tutela dos Estados Unidos.
Antes da prestar o juramento, Moon - chamado por seus adversários de "esquerdista pró-Pyongyang" - se reuniu com os principais parlamentares do partido Liberdade da Coreia, que defendem uma linha dura e em várias ocasiões o acusaram de querer "entregar todo o país ao norte".
"Gostaria de mostrar às pessoas que todos estão avançando juntos", declarou Moon, destacando que escutará as opiniões da oposição nas questões de segurança.
"Peço que cooperem", disse o presidente ao parlamentares, antes de tomar posse na Assembleia Nacional em Seul, em uma cerimônia discreta, acompanhado de sua mulher.