O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou nesta terça-feira (13) uma carta ao papa Francisco, na qual lhe pede para atuar com a oposição, buscando evitar a presença de menores em protestos "violentos" contra o governo.
"É um crime imperdoável. Por isto peço ao papa Francisco que nos ajude (...). Oxalá em breve nos responda", disse Maduro durante um ato militar transmitido pela TV estatal VTV.
O presidente solicitou ao papa sua "intermediação" com a oposição para "manter meninos, meninas e adolescentes à margem de mobilizações violentas que vêm acontecendo no país", disse o ministro da Comunicação, Ernesto Villegas.
O ministro entregou a carta ao núncio apostólico na Venezuela, Aldo Giordano.
Em seu discurso, Maduro citou o caso de Neomar Lander, de 17 anos, que morreu na última quarta-feira (7) durante uma manifestação da oposição em Caracas. Segundo o presidente, "um jovem desta idade deveria estar estudando e fazendo esporte".
Segundo a versão do governo, o jovem faleceu ao manipular um artefato explosivo, fato este que, por si só - ressaltou Villegas - expunha o rapaz à morte, ou a se tornar um "criminoso".
O Ministério Público ainda investiga o episódio.
Ernesto Villegas disse acreditar em que o papa "possa intermediar e pôr sua voz, a da Igreja católica, em favor" do pedido feito por Maduro.