A explosão de um carro-bomba matou 34 pessoas nesta quinta-feira (22) diante de uma agência bancária em Lahskar Gah, sul do Afeganistão, no momento em que civis e militares formavam uma fila para receber os salários.
O ataque, que também deixou 58 feridos, aconteceu ao meio-dia diante de uma agência do New Kabul Bank, no centro da capital da província de Helmand.
Um porta-voz dos talibãs, Qari Yusuf Ahmadi, reivindicou o atentado e afirmou que ação matou "73 militares e policiais", mas o número deve ser encarado com cautela, pois os insurgentes costumam exagerar os balanços de vítimas de seus ataques.
O governo de Helmand, que divulgou o balanço de 34 mortos e 58 feridos, informou que muitas vítimas são civis e incluem mulheres e crianças.
Imagens exibidas pouco depois da explosão mostram corpos mutilados, reunidos nas caçambas das picapes da polícia.
O porta-voz da polícia, Salam Afghan, afirmou que os corpos de algumas vítimas são impossíveis de identificar.
O atentado foi executado com um carro-bomba, confirmou o chefe de polícia provincial, Aqa Noor Kentoz, ao canal Tolo News.
"Os civis e os militares aguardavam em uma fila para receber os salários no momento da explosão do veículo", disse.
A mesma agência do New Kabul Bank já havia sido alvo de dois ataques nos últimos anos. O primeiro, em dezembro de 2014, deixou 12 mortos, incluindo cinco terroristas.
O segundo, executado em fevereiro e reivindicado pelos talibãs, deixou seis mortos e 20 feridos quando um homem-bomba detonou sua carga no momento em que os clientes esperavam em uma fila para receber os salários.
Lashkar Gah está praticamente cercada pelos talibãs, que controlam 75% da província de Helmand, principal zona de produção da papoula, planta da qual se extrai o ópio, maior fonte de recurso dos insurgentes, que cobram impostos dos produtores.
O Afeganistão celebra nesta quinta-feira a Noite do Destino, uma data importante nos últimos dias do Ramadã, o mês de jejum que terminará no domingo ou na segunda-feira com a festa de Eid al Fitr.
Este período especial para os muçulmanos provoca o temor de um aumento dos ataques de extremistas islâmicos, que acreditam alcançar o paraíso com atentados suicidas durante o momento sagrado para os muçulmanos.
O país registrou uma intensificação dos ataques nas últimas semanas, entre eles um que deixou 150 mortos e 400 feridos no dia 31 de maio no bairro diplomático de Cabul. Este atentado, o mais violento no país desde 2001, não foi reivindicado por nenhum grupo.
Os talibãs assumiram a responsabilidade de vários atentados contra as forças de segurança afegãs, que mataram dezenas de soldados e policiais.
Os extremistas também admitiram que estão por trás das operações contra as forças ocidentais, das quais exigem a saída do país. Ao mesmo tempo, o Pentágono estuda o envio de milhares de soldados para reforçar os 8.400 militares presentes no Afeganistão como parte da força da Otan.