O Vaticano estima que a Assembleia Constituinte promovida pelo governo da Venezuela coloca em risco a democracia no país, e defende o diálogo, revela carta enviada à OEA divulgada nesta quarta-feira (22).
Na carta, o arcebispo Bernadito Auza - observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas - afirma que a decisão do presidente Nicolás Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte "coloca em risco o futuro democrático do país".
O arcebispo diz ver com bons olhos a possibilidade de que um grupo de países da América Latina, ou de outros continentes, acompanhe negociações que permitam uma saída para a crise na Venezuela.
"Uma negociação séria e sincera entre as partes (…) seria a única via para sair da grave crise na qual o país está mergulhado", assinalou Auza.
A OEA concluiu nesta quarta-feira, em Cancun, sua Assembleia Geral sem aprovar uma resolução sobre a situação na Venezuela.
Durante a reunião, os Estados Unidos e outras delegações promoveram, sem sucesso, um "grupo de contato" para mediar as negociações entre governo e oposição.
Em dois meses e meio, a onda de protestos contra o presidente Nicolas Maduro já deixou 74 mortos e mais de 1.500 feridos.