EUA

Trump critica inércia de Obama em relação à denúncia contra Rússia

Em uma série de tuítes escritos no fim de semana e em uma entrevista televisionada presidente alertou para inércia de Obama
AFP
Publicado em 25/06/2017 às 16:35
Em uma série de tuítes escritos no fim de semana e em uma entrevista televisionada presidente alertou para inércia de Obama Foto: SAUL LOEB / AFP


O presidente americano, Donald Trump, criticou seu antecessor, Barack Obama, por não ter agido diante da ingerência da Rússia nas eleições de 2016, algo sobre o qual o ex-chefe de Estado teria sido informado, e alguns democratas se somaram a estas críticas.

 

Em uma série de tuítes escritos no fim de semana e em uma entrevista televisionada, Trump assinalou que Obama não agiu depois que a CIA o advertiu, em agosto de 2016, sobre os ataques cibernéticos contra o Partido Democrata ordenados pelo presidente russo, Vladimir Putin, com o objetivo de prejudicar a sua candidata, Hillary Clinton, e ajudar Trump a vencer as eleições de novembro.

"Já que a administração Obama foi avisada muito antes das eleições de 2016 sobre a interferência russa, por que não houve ações? Foquem neles, não em T [de Trump]", tuitou no sábado à noite.

Depois, fazendo alusão a um artigo publicado pelo The Washington Post na sexta-feira, segundo o qual Obama foi informado sobre a ingerência russa, tuitou: "O funcionário da administração de Obama disse que foram 'impedidos' quando se tratou de agir sobre a intromissão da Rússia nas eleições. Não queriam ferir Hillary?".

Acusação

A influente assistente de Trump, Kellyanne Conway, foi ainda mais contundente. "A administração Obama é responsável por não fazer absolutamente nada de agosto a janeiro com a informação de que a Rússia estava interferindo em nossas eleições. Não fizeram nada. São responsáveis", declarou no domingo à emissora ABC.

Alguns democratas assinalaram a grande ironia de ver o presidente republicano culpando Obama por sua falta de ação contra uma operação russa que o próprio Trump tentou minimizar por muito tempo, inclusive quando demitiu o então diretor do FBI James Comey por investigar "esta coisa da Rússia".

Mas houve legisladores democratas que também criticaram neste domingo a falta de ação de Obama diante de Moscou.

"Levando em conta a gravidade da situação, o governo teria que ter atuado mais para dissuadir e logo sancionar a Rússia, porque é um erro grave", declarou à emissora CNN Adam Schiff, líder dos democratas na Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes, embora tenha esclarecido que entendia que Obama estivesse preocupado em ser visto como "tentando inclinar a balança" a favor de Hillary Clinton.

Outro democrata, o senador Ron Wyden, membro do Comitê de Inteligência, expressou uma decepção similar. "Me preocupa saber que a administração Obama não fez mais", disse à CNN na sexta-feira. Estes assuntos devem transcender a política partidária, acrescentou.

Em um relato sobre a resposta de Obama aos relatórios da ingerência russa, o The Washington Post publicou que, confiando na vitória de Hillary e com medo que uma ação sua fosse vista como interferência, a Casa Branca fez advertências a Moscou, mas deixou outras medidas para depois.

O Post reportou que Obama emitiu quatro advertências aos russos, incluindo uma feita diretamente a Putin, fazendo com que Moscou retrocedesse em possíveis planos para sabotar as operações de votação nos Estados Unidos.

Mas após a surpreendente vitória de Trump em novembro, alguns funcionários do governo Obama lamentaram a falta de ações mais duras. "Manejamos isto mal", disse um ex-funcionário ao jornal.

Em uma entrevista ao programa dominical "Fox and Friends", Trump se queixou da resposta de Obama: "Se tinham essa informação, por que não fizeram nada? Teriam que ter feito algo. Mas não se lê isso, é muito triste".

Após a vitória de Trump, Obama anunciou em 29 de dezembro uma série de sanções contra a Rússia por este caso, principalmente a expulsão de 35 diplomatas considerados agentes russos.

 

 

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