Irã critica reinstauração parcial de decreto migratório de Trump

''É lamentável que a Suprema Corte tenha decidido rejeitar a decisão judicial precedente ou ao menos estudar fazê-lo'', disse o chefe da diplomacia
AFP
Publicado em 27/06/2017 às 10:02
''É lamentável que a Suprema Corte tenha decidido rejeitar a decisão judicial precedente ou ao menos estudar fazê-lo'', disse o chefe da diplomacia Foto: ERIC THAYER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP


O chefe da diplomacia iraniana considerou nesta terça-feira (27) "lamentável" a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de autorizar a aplicação parcial do controverso decreto migratório do presidente Donald Trump.

"É lamentável que a Suprema Corte tenha decidido rejeitar a decisão judicial precedente ou ao menos estudar fazê-lo", declarou Javad Zarif à imprensa em Berlim. "Isso não melhora a segurança de ninguém", considerou.

"Sempre consideramos que a interdição de entrada de muçulmanos não tem justificativa nos fatos e não ajuda o mundo a lutar contra o terrorismo", afirmou o ministro, estimando que, ao contrário, isso ajudaria os extremistas a recrutar novos jihadistas.

"Infelizmente, é lamentável que os cidadãos dos países na lista que jamais participaram de ato terrorista contra os Estados Unidos sejam punidos por atos cometidos por outros países que não estão na lista", afirmou ainda o chefe da diplomacia, em referência velada à Arábia Saudita, país de origem de muitos radicais islâmicos, mas grande aliado dos Estados Unidos.

O decreto, cujos efeitos haviam sido bloqueados por cortes de apelações, suspenderá temporariamente a entrada de viajantes e refugiados de seis países de maioria muçulmana - Síria, Líbia, Irã, Sudão, Somália e Iêmen.

Por decisão do Supremo, a restrição à entrada poderá ser aplicada a pessoas "que não têm nenhuma relação de boa fé com pessoas ou entidades nos Estados Unidos", até que o mesmo tribunal analise detalhadamente a questão, em outubro.

Implementação do veto migratório

O departamento de Estado informou que começará a implementar o veto migratório nas próximas 72 horas "de uma forma profissional, ordenada e oportuna" em linha com o memorando firmado por Trump no início deste mês.

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