A Comissão Europeia propôs nesta terça-feira (4) "um plano de ação" para apoiar a Itália, sobrecarregada com as chegadas incessantes de migrantes procedentes da Líbia.
O plano prevê, sobretudo, novos financiamentos para ajudar as autoridades italianas e líbias a administrar a situação.
Apresentado no Parlamento Europeu em Estrasburgo (leste da França), o plano prevê "reforçar a capacidade das autoridades líbias por meio de um projeto de 46 milhões de euros elaborado conjuntamente com a Itália", e aumentar a ajuda à Itália "por meio da doação de mais 35 milhões de euros, prontos a serem imediatamente utilizados".
"A terrível situação no Mediterrâneo não é uma realidade nova nem passageira", ressaltou em um comunicado o presidente do Executivo comunitário, Jean-Claude Juncker, promovendo a "solidariedade" no bloco "com as pessoas que fogem da guerra e da perseguição".
Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), desde janeiro, mais de 85.000 migrantes chegaram por meio do Mediterrâneo na Itália, que junto com a Grécia, que recebeu cerca de 9.300 migrantes, estão na linha de frente da crise.
Neste contexto, o diretor-geral da OIM, William Lacy Swing, pediu aos membros da União Europeia que ajudem os países do sul da Europa a acolher e dar assistência aos migrantes resgatados no mar.
Na segunda-feira (3), o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) afirmou que os migrantes são um peso insuportável para a Itália e pediu um sistema de distribuição entre os países europeus.
Para isso, seria necessário colocar em funcionamento um mecanismo regional de desembarque de migrantes, segundo ele.
A Comissão Europeia também expressou em seu plano de ação seu desejo de "apoiar a criação na Líbia de um centro de coordenação e salvamento marítimo completamente operacional".
Se Roma o solicitar, Bruxelas indicou que o bloco europeu pode colocar a sua disposição "o contingente de reação rápida da Guarda Europeia de Fronteiras e Costas, formado por 500 especialistas".
"Precisamos atuar, em apoio à Líbia, para lutar contra os traficantes e reforçar o controle das fronteiras, a fim de reduzir o número de pessoas que empreendem viagens perigosas com destino à Europa", ressaltou Juncker.