Os ministros do Interior da União Europeia (UE), reunidos nesta quinta-feira (6) em Tallin, reconheceram a situação de urgência vivida pela Itália, que pediu apoio a seus sócios diante da chegada em massa de migrantes a seu litoral.
"A situação no Mediterrâneo central e a pressão resultante sobre a Itália representas uma grande preocupação para todos os Estados-membros", anunciou em um comunicado a Estônia, que acaba de assumir a presidência pro tempore da UE.
Na semana passada, a Itália ameaçou vetar a entrada em seus portos dos barcos estrangeiros transportando migrantes resgatados no Mediterrâneo e pediu a seus sócios que oferecessem uma contribuição concreta para o problema.
A Comissão Europeia pediu a Roma que não tome nenhuma decisão antes de negociar com os outros Estados membros do bloco.
Cerca de 100.000 migrantes chegaram à Europa desde janeiro pelo mar, dos quais 85.000 desembarcaram na Itália, segundo cifras da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Uma semana depois do anúncio italiano, a Comissão apresentou um plano de ação que foi debatido nesta quinta.
Os ministros do Interior reunidos em um encontro informal expressaram seu apoio ao plano para tentar resolver crise migratória, que continua sendo um quebra-cabeças para a UE.
Roma propôs medidas que exigem uma maior contribuição do resto da UE, assim como uma divisão dos migrantes resgatados entre seus vizinhos do Mediterrâneo.
Já em seu plano de ação, a Comissão Europeia propõe coordenar melhor as operações de resgate com a Guarda Costeira líbia - que seria mais bem equipada com uma ajuda de 46 milhões de euros - e com as autoridades egípcias e tunisianas.
Os 28 minutos do bloco saudaram a iniciativa italiana de criar um "código de conduta" para as ONGs que participam nas missões de resgate, atividade que deverá ser realizada respeitando-se "regras às quais deverão aderir".
No entanto, os ministros não abordaram os pontos mais delicados, como a divisão de migrantes socorridos.
As decisões importantes, nas palavras da francesa Jacqueline Gourault, poderão ser adotadas em 24 de julho, na Tunísia, durante uma reunião entre ministros africanos e europeus.