Submetidos a uma forte pressão de Donald Trump, os senadores americanos votam nesta terça-feira (25) para relançar a promessa de abolir a reforma do sistema de saúde de Barack Obama. Mas a votação corre o risco de fracassar em razão da oposição de republicanos moderados.
"Grande dia para a saúde. Após sete anos de promessas, vamos em breve ver se os republicanos estão à altura ou não!", tuitou o presidente americano Donald Trump nesta terça.
A seu pedido, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, organizou a votação após vários adiamentos desde junho.
"A única maneira de mudas ideias e permitir aos senadores de apresentá-las é debatendo. Isso implica votar a favor de um processo aberto de emendas", declarou o líder da Câmara Alta do Congresso.
Neste estágio, o voto desta terça-feira irá apenas abrir formalmente os debate sobre a abolição da lei democrata de 2010, conhecida como Obamacare. No Senado, nada pode ser discutido sem um voto processual.
Mas um voto negativo marcaria, neste momento, o fim do caminho. Seria percebido como uma nova derrota para o presidente Donald Trump, que colocou seu peso na balança para que sua maioria mantenha sua promessa de campanha.
"Cada senador que vote contra (o projeto de lei do Executivo) diz aos Estados Unidos que o pesadelo (do Obamacare) é aceitável", tuitou na segunda-feira o presidente.
Mas a matemática do Senado é implacável. Dos 52 membros da maioria republicana, três declararam na semana passada que irão votar "não" à moção.
As três senadoras em questão são alvos de grande pressão da parte de Donald Trump, de vários grupos e de eleitores. Negociações estão em andamento, mas o resultado será conhecido apenas no momento da votação, após às 18H00 GMT (15h00 de Brasília).
A maioria poderá contar com o senador John McCain, que anunciou na noite de segunda-feira que retornará ao Senado, depois de ser diagnosticado de câncer no cérebro, para a votação.
Como os 48 democratas da oposição também votarão pelo "não", os republicanos apenas podem permitir que dois mudem de lado. O vice-presidente, segundo a Constituição, pode dar o voto de Minerva em caso de empate 50-50.
Uma vez que o texto esteja na agenda, os senadores poderão fazer as emendas e reescrever toda a lei para "substituir" a reforma da saúde de Obama.
Mas os republicanos moderados não querem uma reforma que defina um teto para o orçamento do Medicare, o seguro saúde público para os americanos pobres que cobre uma pessoa a cada cinco nos Estados Unidos. Eles são contra uma versão da reforma republicana que levaria ao cancelamento do Medicare para milhões de pessoas na próxima década.
Por outro lado, os conservadores exigem uma revogação de muitos aspectos do Obamacare, decididos a desregulamentar o mercado de seguros e reduzir o orçamento federal da saúde.
"Embora haja divergências sobre a melhor forma de revogar e substituir o Obamacare, uma coisa é certa: os americanos esperam de nós que mantenhamos nossas promessas", repreendeu o conservador Ted Cruz, que vai votar sim.