O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou um ataque de várias horas nesta segunda-feira (31) contra a embaixada do Iraque em Cabul, que fica no centro da capital afegã.
"O ataque terminou, todos os criminosos foram mortos", anunciou pouco depois das 15H30 locais (8H00 de Brasília) o ministério do Interior afegão, depois de informar que quatro criminosos, incluindo um homem-bomba, abriu o caminho aos demais.
"Os diplomatas iraquianos foram levados para um local seguro, ninguém ficou ferido", afirma o comunicado.
O porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Iraque, Ahmed Jamal, citou "dois mortos, dois guardas afegãos" abatidos no ataque do EI.
Também informou que o encarregado de negócios (que substitui o embaixador) foi levado para a embaixada do Egito", perto do local.
O ministério do Interior afegão citou apenas uma policial ferido.
A agência de propaganda do EI, Amaq, reivindicou o atentado e mencionou em um comunicado em árabe "dois combatentes", sem revelar mais detalhes.
Esta é a primeira vez que a embaixada do Iraque em Cabul é alvo de um ataque, depois de vários atentados contra representações ocidentais.
O ministério afegão havia confirmado o ataque em uma nota divulgada mais cedo: Às 11H20 (3H50 de Brasília, um grupo de quatro terroristas atacou a embaixada iraquiana no distrito 4 de Cabul", no centro da cidade.
"Um primeiro homem-bomba explodiu na entrada do local e outros três abriram caminho. A polícia reagiu rapidamente e os funcionários da embaixada foram levados para um local seguro", completava o texto.
De acordo com uma fonte oficial, as forças especiais foram mobilizadas e os civis retirados da área.
Os moradores da região afirmaram que ouviram as primeiras explosões pouco depois das 11H00 (3H30 de Brasília). Eles mencionaram explosões, tiros e o uso de granadas.
Viaturas da polícia e ambulâncias foram enviadas ao local do ataque.
As lojas de Shar-e-Now, elegante bairro comercial de Cabul, foram fechadas, enquanto diversas pessoas fugiam em pânico.
O governo afegão condenou o ataque, enquanto o ministério das Relações Exteriores do Iraque informou que acompanhava a situação com as "autoridades afegãs competentes e os países amigos".
O ataque coincide com uma série de derrotas do EI na Síria e Iraque, onde o grupo extremista perdeu seu reduto de Mossul recentemente.
"O EI deseja enviar uma mensagem a vários Estados, não apenas o Iraque, para provar que está presente em todas as partes, especialmente depois das vitórias registradas pelas forças de segurança iraquianas", disse à AFP o cientista político Essam Al Fili.
O grupo atua no Afeganistão desde o início de 2015.
O EI reivindicou vários atentados no centro de Cabul no último ano, o primeiro deles o de 23 de julho de 2016, que deixou 84 mortos e 300 feridos entre a minoria xiita afegã.