A Itália ordenou a apreensão de uma embarcação usada por uma ONG para o resgate de pessoas no Mediterrâneo por suspeitas de favorecer a migração clandestina, uma medida para frear a onda de imigrantes em situação ilegal que fogem da fome e das guerras.
O barco, de nome Iuventa e que costuma ser usado pela ONG alemã Jugend Rettet para o resgate de migrantes na costa da Líbia, foi apreendido a pedido da Procuradoria de Trapani.
Em comunicado, a polícia italiana afirmou que a investigação judicial foi aberta em outubro de 2016 sob a acusação de "favorecer a imigração clandestina".
A embarcação alemã foi retida no mar na noite de terça-feira (1º) pela Guarda Costeira italiana e acompanhado até o porto siciliano de Lampedusa.
A decisão da Procuradoria de apreender o barco foi tomada após quase um ano de investigações realizadas graças a uma "sofisticada tecnologia", afirma a nota divulgada pela polícia.
"O barco se dedica normalmente ao resgate de migrantes perto da costa da Líbia e sua transferência para outras embarcações sempre ocorre em águas internacionais, permanecendo habitualmente no mar da Líbia, próximo das águas territoriais", explica o comunicado.
Segundo o jornal La Reppublica, uma equipe especializada da polícia recolheu indícios técnicos por várias horas dentro do barco e interrogou os membros da tripulação, de cerca de 16 pessoas.
"Durante o interrogatório nos informaram que o barco seria apreendido e, por isso, pedimos um advogado", contou ao jornal Tommaso Gandini, ativista que se encontrava no barco Iuventa.
"Nos interrogaram, nos perguntaram sobre a última missão e sobre as outras, e nos informaram que a investigação foi aberta contra desconhecidos", acrescentou.
A ONG alemã, assim como a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), rechaçaram na segunda-feira aderir ao "código de conduta" para resgatar migrantes no Mediterrâneo proposto pelas autoridades italianas.