O Peru deu mais um passo em sua posição contra o governo de Nicolás Maduro, ao expulsar nesta sexta-feira (11) o embaixador de Caracas em Lima em protesto pela "ruptura da ordem democrática" na Venezuela após a instalação da Assembleia Constituinte que o governo peruano não reconhece.
A chancelaria deu nesta sexta-feira um prazo máximo de cinco dias ao embaixador da Venezuela, Diego Molero, um almirante e ex-ministro da Defesa do ex-presidente Hugo Chávez, para que abandone o Peru. Molero estava no posto desde outubro de 2014. Antes foi embaixador no Brasil.
"Ao ter expressado sua condenação à ruptura da ordem democrática na Venezuela, o governo do Peru decidiu expulsar o embaixador Diego Molero", indicou a chancelaria em um breve comunicado.
A expulsão do diplomata, una medida sem precedentes na diplomacia peruana nas últimas quatro décadas, foi solicitada pelo Congresso do Peru no início da semana.
A posição do Peru em relação à Venezuela mudou radicalmente desde o início do mandato do presidente Pedro Pablo Kuczynski, em julho de 2016, substituindo o nacionalista Ollanta Humala, que era considerado um aliado moderado de Maduro.
Kuczynski pediu solidariedade com os venezuelanos e denunciou uma crise humanitária na Venezuela como consequência da escassez de alimentos e medicamentos.
A expulsão não significa um rompimento das relações diplomáticas entre Lima e Caracas, uma opção descartada esta semana por Kuczynski.
O Peru havia retirado no fim de março seu embaixador em Caracas, depois de chamá-lo para consulta em protesta pelas críticas desmedidas do governo de Maduro contra Kuczynski.
O governo peruano também expressou "seu apoio pleno e solidariedade" com a Assembleia Nacional (Parlamento), de maioria opositora, "democraticamente eleita", como destacou a 'Declaração de Lima'.