Vice do Equador descarta renúncia, após escândalo da Odebrecht

O mandato do presidente e de seu vice começou neste ano e vai até 2021
Estadão Conteúdo
Publicado em 22/08/2017 às 14:22
O mandato do presidente e de seu vice começou neste ano e vai até 2021 Foto: Foto: Rodrigo Buendia/AFP


O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, afirmou nesta terça-feira (22) que não renunciará a seu cargo nem sairá do país, após ser vinculado ao escândalo de corrupção da construtora brasileira Odebrecht. Em uma entrevista à rádio local Sonorama, Glas disse: "Por que vou renunciar? Fui eleito na chapa, se renuncio saímos os dois", afirmou, em referência ao presidente Lenín Moreno. "Fui eleito igual ao presidente Moreno e vou permanecer os quatro anos do mandato", assegurou.

O mandato do presidente e de seu vice começou neste ano e vai até 2021. Glas disse que tem uma função "essencial" de "substituir o presidente quando isso se requer".

A relação entre Moreno e Glas se rompeu no início de agosto, quando se tornaram públicos áudios de um delator da Odebrecht que vinculavam o vice a atos de corrupção. Imediatamente o presidente retirou todas as funções de Glas e desde então este não tem nenhuma atividade de governo. No Equador, o presidente determina as atividades do vice.

A promotoria pediu que a Corte Suprema vincule Glas a uma investigação penal pelos US$ 33,5 milhões em suborno que a Odebrecht admitiu ter pago para funcionários públicos equatorianos. "Enfrentarei isso com a força de sempre, dando a cara para bater. Não tenho nada a ocultar", garantiu. Para que o vice possa ser vinculado a uma investigação penal, a Assembleia Nacional deve dar sua autorização com o voto de ao menos 92 dos 137 legisladores. O partido do governo, Alianza País, tem uma bancada de 75 integrantes.

A trama de corrupção da Odebrecht no Equador provocou em junho a renúncia do controlador geral Carlos Pólit, investigado pela promotoria, enquanto o ex-ministro de Eletricidade, Alecksey Mosquera, um tio do vice-presidente e ex-gerentes da empresa estatal Petroecuador estão presos, entre outros processados.

A promotoria também avalia cerca de 30 contratos firmados pela Odebrecht com o Estado equatoriano entre 1980 e 2015 para verificar as condições em que eles foram outorgados. O governo do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) realizou projetos de cerca de US$ 1,6 bilhão com a Odebrecht.

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