As inundações sem precedentes provocadas pela tempestade Harvey, que deixou pelo menos três mortos, isolou parcialmente no domingo (27) Houston, a quarta maior cidade dos Estados Unidos, com o fechamento de dois aeroportos e o bloqueio das principais vias.
Na costa texana, a primeira a ser afetada na sexta-feira à noite, quando o Harvey era um furacão de categoria 4 - em uma escala de 5 -, autoridades e moradores avaliavam os danos provocados pelo fenômeno, o mais intenso registrado nos Estados Unidos desde 2005 e no Texas desde 1961.
O Centro Nacional de Furacões (NHC) anunciou que não existem precedentes para inundações deste tipo, dado confirmado pelo Serviço Meteorológico Nacional (NWS) no Twitter: "Esse evento é sem precedentes e todos os impactos são desconhecidos e além de tudo já experimentado. Sigam as ordens oficiais para garantir sua segurança"
A Casa Branca anunciou que o presidente Donald Trump visitará as zonas afetadas na terça-feira.
As chuvas torrenciais alagaram as principais avenidas de Houston e dificultaram a saída dos moradores da região.
"É uma loucura ver como as ruas pelas quais você passa todos os dias estão completamente debaixo de água", afirmou à AFP John Travis, morador da cidade.
A região de Houston/Galveston registrou mais de 60 cm de chuva nas últimas 24 horas, destacou o NWS.
Os serviços de emergência pediram aos moradores que sigam para as partes elevadas da cidade ou permaneçam nos tetos das residências, para possibilitar resgates por helicópteros.
Até o momento foram realizados 1.500 resgates. Os operadores da linha de emergência 911 em Houston receberam 56.000 ligações em um período de 15 horas.
As autoridades temem que a situação se agrave nos próximos dias, com o escoamento da água do interior do estado do Texas para as localidades na costa.
"A situação é grave e vai piorar", afirmou o governador do Texas, Greg Abbott, ao canal Fox News. Ele disse ainda que os danos causados alcançam milhões de dólares.
"Apesar de um momento de calma, não pensem que a tempestade terminou", declarou o prefeito de Houston, Sylvester Turner, que pediu aos moradores que permaneçam em casa e evitem sair às ruas.
Turner defendeu a decisão de não ordenar a saída dos moradores em uma cidade de 2,3 milhões de habitantes.
"É perigoso. Se você ordena a evacuação e coloca todas as pessoas na estrada, está chamando uma calamidade maior".