ONU defende 'sonho' de Estado palestino

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, defendeu o ''sonho'' de um dia ver um Estado palestino convivendo em paz com Israel
AFP
Publicado em 28/08/2017 às 11:05
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, defendeu o ''sonho'' de um dia ver um Estado palestino convivendo em paz com Israel Foto: Foto: HEIDI LEVINE / POOL / AFP


Diante das lideranças israelenses, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, defendeu nesta segunda-feira (28) o "sonho" de um dia ver um Estado palestino convivendo em paz com Israel.

No cargo desde janeiro, Guterres deu seus primeiros passos no palco de um dos mais antigos conflitos do planeta, declarando que "sonha" com assistir, um dia, à criação de um Estado palestino - apesar dos "obstáculos" existentes.

Na direção contrária, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que as preocupações israelenses estão em outra parte: as atividades armadas - segundo ele - do movimento islamita Hezbollah no sul do Líbano, após o fracasso (ainda em sua opinião) da Força de Paz das Nações Unidas (Finul) em denunciar o tráfico de armas nesse setor. A isso, Netanyahu acrescentou a presença iraniana na Síria.

"Sonho com ver um dia, na Terra Santa, dois Estados capazes de viverem juntos, em um reconhecimento mútuo e em paz e segurança", declarou Guterres.

O secretário-geral reconheceu, contudo, que há "obstáculos".

"Por exemplo, manifestei minha oposição às atividades de colonização" israelenses na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental anexada, afirmou.

Ele também expressou a necessidade de se condenar o "terrorismo" e "as incitações ao ódio", em uma mensagem essencialmente dirigida aos palestinos.

'Obsessão absurda' 

A seu lado na entrevista coletiva, Netanyahu denunciou a "obsessão absurda" das Nações Unidas contra Israel.

"O problema mais urgente que enfrentamos provém do Hezbollah e da Síria", frisou.

Além disso, acusou a Finul de fracassar em sua tarefa de impedir que o Hezbollah se arme frente a Israel.

Em relação ao Irã, inimigo declarado de Israel e apoio do Hezbollah, disse que "está transformando a Síria em um campo de trincheiras", construindo fábricas de produção de mísseis e usando Síria e Líbano "com o objetivo declarado de erradicar Israel".

Netanyahu também denunciou as "táticas discriminatórias" usadas contra Israel na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ou no Conselho dos Direitos humanos da ONU.

Guterres rebateu, defendendo a "imparcialidade" da ONU.

Previamente, o secretário-geral da ONU havia classificado de "forma moderna de antissemitismo" a posição dos que convocam a destruição do Estado de Israel, em um encontro com o presidente israelense, Reuven Rivlin, após ter visitado o Yad Vashem, instituição oficial israelense em Jerusalém em memória do Holocausto.

'Não há alternativa' 

"O Yad Vashem está aí para nos lembrarmos de que temos de estar na primeira linha de combate contra o antissemitismo (...)", declarou Guterres.

"Mas compreendam também que eu esteja, às vezes, em discordância com as posições do governo de Israel", acrescentou.

Nessa visita à região, sua primeira no posto máximo da ONU, Guterres será recebido nesta terça pelo primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, na Cisjordânia ocupada. Na quarta, irá à Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islamita Hamas.

Guterres reiterou que "não há alternativa" à chamada solução de dois Estados.

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