EUA condena que Constituinte na Venezuela julgue opositores

Administração de Trump ainda pediu que Venezuela dissolva a Assembleia Constituinte e que realize eleições 'livres'
AFP
Publicado em 30/08/2017 às 21:51
Administração de Trump ainda pediu que Venezuela dissolva a Assembleia Constituinte e que realize eleições 'livres' Foto: Alain Jocard/AFP


A administração de Donald Trump condenou nesta quarta-feira que a "ilegítima" Assembleia Constituinte na Venezuela julgue opositores e pediu ao governo de Nicolás Maduro que dissolva este órgão, liberte todos os "presos políticos" e realize eleições "livres".

"Os Estados Unidos condenam a convocação de julgamentos da oposição política por parte da ilegítima Assembleia Constituinte da Venezuela, incluindo membros da legislatura democraticamente eleita, por acusações de traição e suposta participação na crise econômica da Venezuela", indicou em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert.

A Constituinte que rege a Venezuela com plenos poderes desde 4 de agosto anunciou na terça-feira que nesta quarta processaria por "traição à pátria" dirigentes opositores a quem acusa de promover as sanções dos Estados Unidos contra o país.

"Esta injustiça é só a mais recente de um esforço do regime de Maduro para debilitar a democracia, reprimir a dissidência política e semear o temor entre seus críticos", ressaltou Nauert.

"Representa outra ruptura na ordem constitucional da Venezuela", acrescentou.

Nesta quarta-feira, o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU afirmou que a democracia na Venezuela "apenas está viva, se ainda estiver viva", ao apresentar um relatório que acusa o governo venezuelano de "reprimir a dissidência política e infundir temor na população".

Washington atribuiu à severa escassez que vive no país ao governo de Maduro.

"A situação econômica da Venezuela é o resultado das políticas equivocadas e da corrupção do regime de Maduro, que tem responsabilidade direta pelo sofrimento do povo venezuelano", afirmou a declaração.

Trump proibiu na última sexta-feira, por decreto, que se negocie dívida emitida pelo governo venezuelano e pela estatal petroleira PDVSA, o que Maduro chamou de "brutal agressão" considerando-se a grave crise econômica do país.

"Instamos o governo venezuelano que realize eleições livres, justas e supervisionadas por observadores internacionais; que dissolva a ilegítima Assembleia Constituinte; que respeite a Constituição e as autoridades da Assembleia Nacional; que faça a liberação imediata e incondicional de todos os presos políticos; e que atenda as necessidades humanitárias do povo venezuelano", concluiu o texto do Departamento de Estado.

Segundo a oposição, na Venezuela há cerca de 590 "presos políticos".

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