Macron apresenta projeto de reforma trabalhista na França

Com o índice de desemprego próximo de 10%, a reforma do rígido código trabalhista francês para dar maior flexibilidade às empresas é uma das prioridades de Macron
AFP
Publicado em 31/08/2017 às 7:53
Com o índice de desemprego próximo de 10%, a reforma do rígido código trabalhista francês para dar maior flexibilidade às empresas é uma das prioridades de Macron Foto: Foto: CHRISTIAN LIEWIG / POOL / AFP


O presidente da França, Emmanuel Macron, em queda livre nas pesquisas, apresentará nesta quinta-feira (31) suas propostas de reforma do mercado de trabalho no país, um dos projetos mais complicados de seu mandato.

A reforma do rígido código trabalhista francês para dar maior flexibilidade às empresas é uma das prioridades do jovem presidente centrista de 39 anos, que espera reativar o emprego no país, onde o índice de desemprego está próximo de 10%. O texto, fruto de várias semanas de negociações com sindicatos e organizações patronais, será aprovado por meio de decretos para evitar um longo processo de debate legislativo, mas alguns sindicatos e a esquerda radical já convocaram manifestações.

A nova legislação pretende reforçar o papel de negociação das empresas sobre as condições de trabalho e limitar as indenizações por demissão sem justa causa, com o objetivo de favorecer as contratações. "É uma reforma profunda e ambiciosa", antecipou Macron em uma entrevista à revista Le Point.

Reforma ambiciosa, equilibrada e justa

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, declarou que as reformas para flexibilizar a legislação trabalhista reveladas nesta quinta-feira são "ambiciosas, equilibradas e justas", apesar das críticas de alguns sindicatos.

Depois de "décadas de desemprego em massa, ninguém pode afirmar seriamente que a nossa legislação, e particularmente a nossa legislação trabalhista, favoreça as contratações" ou que "favoreça o desenvolvimento eficaz e durável das empresas", declarou o primeiro- ministro em uma coletiva de imprensa.

Apesar das muitas semanas de negociações com sindicatos e organizações patronais, vários líderes sindicais expressaram insatisfação com o texto final.

"Foram confirmados todos os nosso temores", declarou o secretário-geral da CGT Philippe Martinez, que chamou os "trabalhadores, aposentados e jovens" a manifestar-se dia 12 de setembro.

O líder do sindicato moderado CFDT, Laurent Berger, declarou por sua vez que estava "profundamente decepcionado" pela reforma em geral.

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