Dalai Lama pede a Suu Kyi solução pacífica para crise dos rohingyas

Ele expressa ainda sua preocupação com a violência que forçou a fuga de mais de 300.000 rohingyas a deste país de maioria budista
AFP
Publicado em 11/09/2017 às 8:03
Ele expressa ainda sua preocupação com a violência que forçou a fuga de mais de 300.000 rohingyas a deste país de maioria budista Foto: Foto: K M ASAD / AFP


O Dalai Lama pediu à líder de fato de Mianmar, a prêmio Nobel da Paz Aung Sang Suu Kyi, que encontre uma solução pacífica para a crise em Mianmar.

"Peço que tente restaurar relações serenas na população em um espírito de paz e reconciliação", afirma o líder budista em uma carta a Suu Kyi, a qual a AFP teve acesso.

Ele expressa ainda sua preocupação com a violência que forçou a fuga de mais de 300.000 rohingyas a deste país de maioria budista.

O líder espiritual dos budistas escreveu à líder política birmanesa, que como ele também é vencedora do Prêmio Nobel da Paz, em consequência da explosão de violência do fim de agosto no estado Rakhine, onde os rohingyas, uma minoria muçulmana apátrida, vive décadas de perseguição.

"As perguntas que me fazem sugerem que muitas pessoas têm dificuldades para reconciliar o que parece estar acontecendo com os muçulmanos na região com a reputação de Mianmar como país budista", escreveu.

O Dalai Lama é o caso mais recente de um vencedor do Nobel da Paz a falar sobre a onda de violência, que segundo o relator especial da ONU sobre direitos humanos em Mianmar pode ter provocado mais de mil mortes, em sua maioria de rohingyas.

Outros dois premiados - Malala Yousafzai e Desmond Tutu - pediram nos últimos dias a Aung San Suu Kyi que esteja à altura do Nobel da Paz que venceu em 1991.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, afirmou nesta segunda-feira que o tratamento que Mianmar reserva à minoria muçulmana rohingya se assemelha a um "exemplo de livro de limpeza étnica".

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