Trump: acordo para que 'Dreamers' permaneçam nos EUA está próximo

Agora, Trump repete um argumento-chave de seus rivais democratas para apoiar a permissão de permanência nos Estados Unidos
AFP
Publicado em 14/09/2017 às 14:50
Agora, Trump repete um argumento-chave de seus rivais democratas para apoiar a permissão de permanência nos Estados Unidos Foto: Foto: AFP


O presidente Donald Trump e os democratas da oposição estão bem perto de um acordo para permitir que os imigrantes que entraram nos Estados Unidos ilegalmente quando crianças, os "Dreamers", possam permanecer no país - anunciou o republicano nesta quinta-feira (14), ao embarcar para a Flórida.

"Creio que estamos bem próximos, mas temos que conseguir uma grande segurança fronteiriça", afirmou Trump.

"Alguém quer realmente expulsar nossos bons, educados e bem-sucedidos jovens, que têm empregos, alguns servindo no Exército? Fala sério!", tuitou Trump.

"Eles estão no nosso país por muitos anos não por culpa deles - trazidos por seus pais muito novos", acrescentou.

Depois de dizer aos jornalistas que um acerto está próximo, Trump acrescentou que "estamos trabalhando em um plano para o Daca. As pessoas querem ver o que acontece".

"Você tem 800.000 jovens trazidos para cá, então, estamos trabalhando em um plano e vamos ver como funciona", afirmou Trump.

"Vamos ver o acontece. Alguma coisa vai acontecer", insistiu.

Agora, Trump repete um argumento-chave de seus rivais democratas para apoiar a permissão de permanência nos Estados Unidos daqueles que chegaram ao país de forma ilegal quando crianças.

Seu antecessor, o democrata Barack Obama, buscou proteger os "Dreamers" da deportação imediata, sancionando a ordem executiva Ação Diferida para Chegadas na Infância (Daca, sigla em inglês).

No início deste mês, Trump anunciou o fim do programa e convocou o Congresso a buscar uma solução legal nos próximos seis meses.

Jantar com lideranças democratas

Na noite anterior, o presidente jantou com os principais legisladores democratas: o líder da minoria no Senado, senador Chuck Schumer, e a líder do partido na Câmara, a representante Nancy Pelosi.

Ambos saíram otimistas do encontro com Trump, relatando um jantar "muito produtivo", que teve os "Dreamers" como pauta.

"Não houve um acerto final, mas... concordamos que o presidente apoiaria consagrar proteções ao Daca em lei e estimular a Câmara e o Senado a agirem", afirmaram.

"O que fica para ser negociado são os detalhes sobre a segurança da fronteira, com o objetivo mútuo de finalizar todos os detalhes o quanto antes", acrescentaram, destacando que os democratas continuarão a se opor a um muro na fronteira com o México.

No lugar, o rascunho de um pacote de segurança na fronteira poderia incluir a adoção de novas tecnologias, "drones", apoio aéreo, sensores e reconstrução das estradas, relataram.

"O MURO, que já está em construção na forma de novos reparos de cercas e muros antigos e já existentes, vai continuar a ser construído", tuitou Trump, referindo-se à polêmica proposta de construir uma longa barreira física na fronteira com o vizinho do sul.

Alguns republicanos reagiram duramente contra a posição de Trump sobre o Daca.

"A base de Trump está implodida, destruída, irreparável e desiludida de forma irremediável. Nenhuma promessa é confiável", detonou o representante republicano Steve King, pelo estado de Iowa (R-IA).

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