Vários dirigentes condenaram neste domingo (1º) as ações policiais em diversos colégios eleitorais na Catalunha, para impedir a celebração do referendo de independência, declarado ilegal pela Justiça espanhola.
Mais de 800 pessoas receberam atendimento médico dos serviços de emergência, após a votação em que 90% dos eleitores da região votaram a favor da independência.
A seguir, as reações internacionais de representantes políticos:
Anne Hidalgo, prefeita de Paris:
"Sou andaluz de origem, e parte da minha família é catalã. O que acontece é muito triste. Confesso que não entendo qual Catalunha quer se separar da Espanha (...) Me custa, no plano afetivo e no racional (...) Talvez possam ser feitas mudanças na relação entre o poder central madrilenho, que nem sempre está certo, e a Catalunha, mas esse desejo de independência me parece muito perigoso para a Espanha e inclusive para a Europa. Estou preocupada. Espero que a Espanha consiga encontrar um caminho com a Catalunha".
Nicola Sturgeon, primeira-ministra escocesa:
"Independentemente das opiniões sobre a independência, todos deveríamos condenar as cenas que aconteceram ali e pedir à Espanha que mude de rumo antes que alguém saia gravemente ferido", tuitou. "Deixem as pessoas votarem pacificamente".
Geert Bourgeois, presidente da região belga de Flandres:
"Madri, pare a violência e estabeleça um diálogo com a liderança legítima de um povo pacífico".
Charles Michel, primeiro-ministro belga:
"A violência nunca pode ser a resposta! Condenamos qualquer forma de violência e reafirmamos nosso pedido por um diálogo político"
Miro Cerar, primeiro-ministro esloveno:
"Estou preocupado com a situação. Peço pelo diálogo político, pelo Estado de direito e por soluções pacíficas".
Guy Verhofstadt, porta-voz do grupo liberal:
"No seio da UE, queremos alcançar soluções mediante o diálogo político e o respeito à ordem constitucional". "Já é hora de reverter a escalada" e de "uma solução negociada" com todos os partidos políticos, "inclusive a oposição no Parlamento da Catalunha".
Gianni Pittella, porta-voz dos social-democratas:
"O referendo ilegal não é válido, mas é um dia triste para a Espanha e a Europa", "os sentimentos de tantos cidadãos e cidadãs catalães que ocuparam as ruas também devem ser escutados".
Martin Schulz, líder do Partido Social-Democrata alemão:
"A escalada (de violência) na Espanha é preocupante. Madri e Barcelona devem reduzir a tensão imediatamente e buscar o diálogo".
Jeremy Corbyn, líder del Partido Trabalhista britânico:
"A polícia contra os cidadãos na Catalunha é estremecedora. O governo espanhol deve agir para parar isso agora", publicou no Twitter. "Solicito a Theresa May para pedir diretamente a (Mariano) Rajoy que pare a violência na Catalunha e que encontre uma solução polícia para esta crise institucional".
Jean-Luc Mélenchon, líder do partido de esquerda radical francês França Insubmissa:
"O Estado espanhol perde seu sangue frio. A nação não pode ser uma camisa de força".
Benoît Hamon, ex-candidato à presidência pelo Partido Socialista francês:
"No coração da Europa, essas imagens de violência para impedir as pessoas da Catalunha de votar são significativas e ameaçadoras".
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela:
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou a "repressão brutal" contra manifestantes que defendiam o referendo separatista da Catalunha, proibido pela Justiça, e chamou o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, de "ditador".
"Não me meto nos temas internos da Catalunha, da Espanha, nem de nenhum [outro] país, mas são eventos internacionais de grande importância (...) Apareceu a repressão, brutal, brutal, realmente brutal, porque se um povo está em paz e tranquilo, deixem-no em paz", disse Maduro em seu programa dominical, transmitido pela TV estatal VTV.
"Mariano Rajoy tem que responder ao mundo pelo pelo que fez com o povo catalão", acrescentou o presidente, que comparou os fatos com "a época da ditadura" de Francisco Franco (1939-1975).
Maduro é acusado pela oposição venezuelana de uma "selvagem repressão", durante a onda de protestos na Venezuela entre abril e julho, que exigiam eleições gerais no país, e terminaram com um balanço de 125 mortos.
Heraldo Muñoz, ministro das Relações Exteriores do Chile:
"Respeitamos uma Espanha unida segundo sua Constituição. Lamentamos a violência e centenas feridos no entorno do pretendido referendo na Catalunha"