Bagdá anunciou nesta segunda-feira (9) novas medidas de retaliação econômica e judicial contra o Curdistão iraquiano após a realização de seu referendo de independência, considerado ilegal pelo governo federal.
Exatamente duas semanas após a vitória do "sim" durante esta consulta, a crise se acentua entre Erbil e Bagdá.
O Conselho de Segurança Nacional, presidido pelo primeiro-ministro Haider al-Abadi e composto por alguns ministros, anunciou novas sanções contra a região autônoma, já isolada do mundo pela proibição de voos internacionais e ameaças turcas e iranianas de fechar as fronteiras para o comércio de petróleo.
O Conselho afirma, em uma declaração, que a Comissão encarregada da supervisão financeira está investigando as receitas do petróleo e as autoridades curdas que possam ter se aproveitado. "Os corruptos serão desmascarados e os fundos recuperados", adverte o texto.
Além disso, a Justiça foi acionada para tratar os casos de "funcionários públicos do Curdistão que participaram da organização do referendo violando assim as decisões judiciais", acrescenta o comunicado.
"Uma lista de nomes foi estabelecida e medidas judiciais foram tomadas contra eles", diz o comunicado.
Enquanto isso, as autoridades federais, que exigem recuperar o controle das fronteiras e dos aeroportos do Curdistão, também quer o controle das empresas de telefonia móvel. Duas das maiores do Iraque estão no Curdistão.
O Conselho reitera ainda o seu apelo a Ancara e Teerã a "lidar apenas com o governo central sobre a questão dos postos fronteiriços".
O Iraque também exorta os dois países a "parar todo comércio, incluindo de hidrocarbonetos, com a região autônoma, porque esta questão só deve ser tratada com o governo central".
A declaração acrescenta que "outras medidas e decisões foram tomadas", sem dar mais detalhes.