Bali reabre aeroporto apesar do risco de erupção do vulcão Agung

O aeroporto voltou a operar a partir das 15h locais, 5h no horário de Brasília
AFP
Publicado em 29/11/2017 às 10:12
O aeroporto voltou a operar a partir das 15h locais, 5h no horário de Brasília Foto: Foto: SONNY TUMBELAKA / AFP


O aeroporto internacional de Bali reabriu nesta quarta-feira (29), depois de passar três dias fechado em consequência da fumaça gerada pelo vulcão Agung, o que permitirá retirar 120.000 turistas bloqueados nesta ilha turística da Indonésia. O aeroporto voltou a operar a partir das 15h locais (5h, de Brasília).

"Continuamos vigiando a situação de forma constante", afirmou à AFP o porta-voz do aeroporto Ngurah Rai de Bali, Aroe Ahsanurrohim, que não descartou a possibilidade de um novo fechamento em caso de nova mudança na direção do vento.

Preocupadas com o risco que a fumaça gerada pelo vulcão representa para os aviões, as autoridades pensavam em manter o aeroporto fechado até o meio-dia de quinta-feira. Mas o vento mudou de direção e afastou as nuvens de cinzas.

Situado a 75 quilômetros dos principais destinos turísticos de Kuta e Seminyak, o vulcão do Monte Agung, que tem 3.000 metros de altitude, emite espessas colunas de fumaça cinza há vários dias, o que provoca o temor de uma erupção a qualquer momento.

Pessoas afetadas

Quase 120.000 turistas estavam bloqueados nesta quarta-feira na ilha, conhecida por suas praias paradisíacas.

Dezenas de milhares de pessoas abandonaram suas casas nas proximidades do vulcão, na zona leste da ilha. O número de habitantes afetados pode chegar a 100.000, de acordo com a Agência Nacional de Gestão de Desastres.

Ocorrida em 1963, a última erupção do Agung deixou 1.600 mortos, porque muitos moradores não foram retirados a tempo. Analistas consideram que a atual atividade do vulcão corresponde à registrada na erupção há 54 anos.

Em 1963, o Agung liberou quase um bilhão de toneladas de escombros na atmosfera, gerando uma nuvem que chegou a Jacarta, a quase 1.000 quilômetros da ilha, e provocou uma escuridão que reduziu a temperatura do planeta em 0,3 grau durante um ano.

"Constantemente, acontecem pequenas erupções, mas uma erupção explosiva mais importante continua possível", declarou um cientista da agência indonésia de vulcanologia, I Gede Suantika.

"A atividade continua sendo elevada, e o nível de alerta permanece no ponto máximo", completou.

Cartazes com o alerta "Zona vulcânica, perigo. Proibido entrar" foram espalhados pela região do Monte Agung. As autoridades estabeleceram uma zona de exclusão de 10 quilômetros.

A fumaça do vulcão também provocou várias interrupções no aeroporto internacional de Lombok, ilha vizinha de Bali, que permanecia aberto nesta quarta-feira.

Entre os turistas bloqueados em Bali, os mais numerosos eram os chineses, seguidos por australianos, indianos e japoneses.

O Agung é um dos 129 vulcões deste arquipélago do Sudeste Asiático situado no "círculo de fogo" do Pacífico, onde o choque das placas tectônicas provoca terremotos frequentes e uma importante atividade vulcânica.

O Agung entrou em atividade em setembro, o que provocou a retirada de 140.000 habitantes. Muitos retornaram em outubro, com a redução da atividade vulcânica.

Na semana passada, foram registradas colunas de fumaça cinza em dois momentos, fenômeno que os especialistas classificaram de erupção freática, suscetível de provocar uma erupção maior.

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