Violentos confrontos entre a polícia e manifestantes sacudiram Buenos Aires, na Argentina, nesta segunda-feira (18), na praça do Congresso, onde deputados debatiam a polêmica reforma do sistema de previdência e benefícios sociais promovida pelo governo do presidente Mauricio Macri.
A confusão durou quatro horas. Ativistas lançavam pedras, garrafas e rojões. Os batalhões policiais fizeram eles recuarem com gás lacrimogêneo e balas de borracha, deixando vários feridos dos dois lados.
Essa será a segunda vez que o governo tentará aprovar o projeto, que também regulamenta benefícios sociais. Um sessão teve que ser suspensa na quinta-feira passada, devido aos enfrentamentos da polícia com manifestantes, que deixaram feridos e detidos nas redondezas do Parlamento.
Apesar dos confrontos, a Câmara de Deputados tinha iniciado a sessão para avaliar o projeto já votado no Senado, mas teve que fazer uma pausa devido à gravidade dos confrontos.
Apesar da violência gerada por um núcleo de manifestantes, a maior parte do protesto foi pacífica.
Hugo Reynoso, aposentado do município de 74 anos, relatou à AFP que recebe a pensão mínima, de 400 dólares mensais, e que teme que sua renda caia com a reforma, em um país com inflação superior a 20% ao ano há uma década. "Se aproveitam dos mais fracos para cobrir os déficits do Estado, em vez de pedir aos poderosos", lamentou.