Kremlin elogia cooperação com os EUA que desbaratou atentado

Informações repassadas pela CIA para a Rússia possibilitaram que um atentado em São Petersburgo fosse evitado
AFP
Publicado em 18/12/2017 às 13:46
Informações repassadas pela CIA para a Rússia possibilitaram que um atentado em São Petersburgo fosse evitado Foto: Foto: AFP


O Kremlin classificou nesta segunda-feira (18) como "um caso exemplar" a cooperação entre os russos e os americanos depois do anúncio de que informações transmitidas pela CIA e Moscou permitiram desbaratar um atentado em São Petersburgo.

O presidente russo Vladimir Putin agradeceu no domingo por telefone ao colega americano Donald Trump pelas "informações transmitidas pela CIA".

Segundo o Kremlin, as informações permitiram "seguir a pista, descobrir e prender um grupo terrorista que planejava atentados na segunda maior cidade da Rússia".

De acordo com o texto oficial, os terroristas previam "explosões na catedral de Kazansky e em outros lugares muito frequentados da cidade".

Durante a conversa telefônica, Putin disse a Trump que, "se o serviço especial russo receber informações sobre um risco terrorista envolvendo os Estados Unidos e seus cidadãos, irá transmiti-las imediatamente a seus pares americanos".

O atentado visava a especialmente a turística catedral de Nova Senhora de Kazan.

As informações transmitidas pela Agência Central de Inteligência americana "ajudaram a salvar muitas vidas e isso só pode suscitar satisfação e reconhecimento", afirmou nesta segunda à imprnsa o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.

"É um caso exemplar de cooperação bilateral no setor da luta contra o terrorismo", enfatizou, acrescentando que Moscou e Washington devem de maneira geral alcançar esses padrões de cooperação para que deem o tom das relações russo-americanas.

"É também um exemplo bem revelador que prova que a luta eficaz contra o terreorismo só é possível com a cooperação entre diferentes países, e em primeiro lugar entre a Rússia e os Estados Unidos", acrescentou.

A conversa entre Putin e Trump foi a segunda entre os dois presidentes em um curto período de tempo. 

As relações entre Washington e Moscou continuam tensas pelas acusações de ingerência russa na política americana, mas também pelas divergências profundas nas questões síria, norte-coreana e ucraniana.

O serviço de inteligência russo (FSB) anunciou na última sexta-feira que havia desmantelado uma célula do grupo jihadista Estado Islâmico que pretendia cometer atentados em 16 de dezembro na cidade de São Petersburgo. Sete pessoas foram presas entre quarta e quinta-feira.

O FSB disse que foi apreendida uma grande quantidade de explosivos destinados a fabricar dispositivos artesanais, armas automáticas e munições, e que o grupo terrorista planejava um atentado suicida e matanças com explosões em locais muito movimentados de São Petersburgo.

Há quatro dias, Putin, falou por telefone com Trump sobre o programa nuclear da Coreia do Norte. 

Os dois dirigentes abordaram "a situação em várias zonas de crise, concentrando-se em uma solução para o problema nuclear na península coreana", explicou o governo russo em um comunicado. 

O Kremlin celebrou a mudança de tom "construtivo" dos Estados Unidos a respeito da Coreia do Norte, depois que Washington se mostrou disposto a negociar sem exigir condições prévias com Pyongyang.

Os Estados Unidos se mostraram dispostos a iniciar negociações com a Coreia do Norte "sem condições prévias", embora continuem determinados a obter de qualquer maneira, incluída a opção militar, que o regime norte-coreano renuncie à arma nuclear. 

A Rússia, assim como a China, defende o diálogo com a Coreia do Norte acompanhando por um plano definido por ambas as potências. 

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