Sobe número de mortos por tempestade tropical nas Filipinas

Na tarde deste sábado (23), havia a confirmação de 182 mortes na tempestade
AFP
Publicado em 23/12/2017 às 18:08
Na tarde deste sábado (23), havia a confirmação de 182 mortes na tempestade Foto: Handout / AFP


Pelo menos 182 pessoas morreram durante a passagem da tempestade tropical Tembin que atinge o sul das Filipinas desde sexta-feira (22), e as equipes de resgate buscavam dezenas de desaparecidos neste sábado (23).

Os socorristas retiraram dezenas de corpos de um rio, informou a Polícia, acrescentando que 153 pessoas ainda não foram encontradas.

Depois de passar por Mindanao, a tempestade, que causou inundações e deslizamentos de terra, deve chegar à ilha de Palawan, mais ao oeste, segundo o serviço meteorológico filipino.

Lá, Abdulsalam Binang Amerhasan, de 53 anos, morreu devorado por um crocodilo. Sob a forte chuva, ele tentava amarrar sua embarcação, ameaçada pelo aumento no volume do rio diante da chegada de Tembin, relatou a Polícia neste sábado. Como não voltava para casa, sua mulher alertou os vizinhos, que saíram sua busca no meio da noite.

"Procuraram por ele ao longo do rio, até que descobriram o corpo da vítima, que o crocodilo estava devorando", completou a Polícia.

De acordo com Rando Salvacion, da Polícia da cidade de Sapad, 36 corpos foram recuperados neste sábado das águas do rio Salong e seriam procedentes de Salvador.

Sapad e Salvador ficam na província de Lanao do Norte, no noroeste da ilha, uma das mais afetadas pela tempestade Tembin.

"Alertou-se a população repetidamente, mas, como os tufões são comuns aqui, os moradores não nos levaram a sério", lamenta Wilson Mislores, da Polícia de Salvador.

As Filipinas são atingidas anualmente por cerca de 20 tufões e tempestades, mas Mindanao, a grande ilha do sul com cerca de 20 milhões de habitantes, é geralmente poupada.

Mais de 120 mil moradores da ilha tiveram de deixar suas casas. De acordo com a Polícia, 19 pessoas morreram no vilarejo montanhoso de Dalama, perto da cidade de Tubod.

"A água do rio começou a subir, e a maioria das casas (de Dalama) foi inundada. O vilarejo não existe mais", disse por telefone à AFP Gerry Parami, da Polícia de Tubod.

Policiais, soldados e voluntários se mobilizam para tentar encontrar os corpos sob escombros e lama neste vilarejo agrícola de 2.000 habitantes, acrescentou Parami.

- Resgates difíceis -
Em outras partes, pedras e lama carregadas pelas inundações soterraram 40 casas na cidade de Piagapo, matando pelo menos dez pessoas, de acordo com Saripada Pacasum, representante da Defesa Civil da província de Lanao do Sul.

"Nós enviamos equipes de resgate, mas seu avanço é lento por causa das rochas", indicou.

A tempestade também causou cortes de energia e das comunicações, dificultando o estabelecimento do número de vítimas.

A situação é particularmente preocupante na península de Zamboanga, onde, de acordo com a televisão local, pelo menos três povoados foram afetados pelas inundações.

Segundo a Polícia, o número de vítimas nessa região chega a 28 mortos e 81 desaparecidos, após os deslizamentos de terra e de rochas nas localidades costeiras.

Harry Roque, porta-voz do presidente filipino, Rodrigo Duterte, garantiu uma ajuda permanente às áreas afetadas. Romina Marasigan, a porta-voz do Conselho Nacional encarregada desse tipo de catástrofe, falou de uma situação "terrivelmente difícil".

"É possível que as vítimas tenham ignorado as advertências das autoridades" sobre os riscos de inundação, disse o prefeito de Sibuco, Norbideiri Edding, à rádio Manila DZMM.

Tembin chegou ao país menos de uma semana após a tempestade tropical Kai-Tak, que devastou o centro das Filipinas, deixando 54 mortos e 24 desaparecidos.

2014

Centenas de pessoas morreram em julho de 2014 na passagem do tufão Rammasun ("deus do trovão" em tailandês), apesar da evacuação maciça de quase 400 mil pessoas e da paralisia de Manila. O tufão também atingiu China e Vietnã.

Um dos mais violentos tufões já registrados, Haiyan atingiu as Filipinas em novembro de 2013, com ventos superiores a 315 km/h. Ondas gigantes, como as de um tsunami, destruíram tudo em seu caminho.

O desastre natural deixou mais de 7.350 mortos, ou desaparecidos, além de mais de quatro milhões de desabrigados.

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