Cientistas avançam no uso de células-tronco para doenças incuráveis

O novo método permite contar com uma quantidade ilimitada de células próprias do paciente
ABr
Publicado em 25/02/2018 às 16:21
O novo método permite contar com uma quantidade ilimitada de células próprias do paciente Foto: Imagem: Pixabay


Um grupo de cientistas da Universidade do Colorado obteve resultados positivos em uma experiência com células-tronco extraídas da pele e que tem "o potencial" de tratar com sucesso doenças até agora incuráveis.

Os pesquisadores "reprogramaram" células adultas, sadias e doentes em células-tronco pluripotentes (iPSC, em inglês), o que dá esperanças de desenvolver tratamentos para graves doenças e colabora para o início de futuros testes clínicos.

Segundo Ganna Bilousova, do Centro Gates de Medicina Regenerativa, do campus médico Anschutz da Universidade do Colorado, e uma das responsáveis pela pesquisa, os testes desenvolvidos permitiram resolver a ineficácia registrada até o momento na hora de criar células-tronco a partir de células adultas.

Ganna explicou que, atualmente, de cada mil células adultas, "apenas uma ou duas chegam a ser iPSC", as quais foram descobertas por Shinya Yamanaka em 2006 e que posteriormente renderam à cientista o prêmio Nobel de Medicina.

"Os pesquisadores do Colorado encontraram uma maneira que acelera drasticamente esse processo conforme melhora a segurança desta tecnologia para aplicações clínicas", acrescentou Ganna.

Basicamente, os cientistas se concentraram em doenças da pele e em reprogramar células sadias e doentes, ou seja, reativar certos genes não ativos em células adultas para transformá-las em iPSC.

O Método

O novo método permite contar com uma quantidade ilimitada de células próprias do paciente, gerar as iPSC fora do corpo, manipulá-las geneticamente, transformá-las em células de vários tipos e transplantá-las ao paciente, ou usá-las para futuras pesquisas médicas.

"Ficamos surpresos ao descobrir como simples manipulações do tempo e das doses das moléculas de ácido ribonucleico podem afetar a eficiência da reprogramação", disse a cientista. Segundo ela, agora o processo é menos tóxico e tão preciso que pode ser aplicado a uma só célula.

Dennis Roop, diretor do Centro Gates da universidade e outro dos líderes da pesquisa, disse acreditar que a descoberta tem o potencial de ajudar a desenvolver tratamentos baseados em células-tronco adultas "para curar doenças até agora sem cura, como as epidermólises bolhosas" (EB), que tornam a pele mais frágil.

"Não existem tratamentos efetivos para EB, e a tecnologia iPSC dá a oportunidade de desenvolver uma tratamento corretivo permanente baseado em células-tronco para estas graves doenças que produzem bolhas na pele", afirmou Gates.

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