Festa nas ruas do Recife para a Visita da Rainha Elizabeth II

Há 50 anos, a monarca visitava a capital pernambucana e uma multidão acompanhou o passeio em carro aberto
Mariana Araújo
Publicado em 04/03/2018 às 6:35
Foto: Foto: Acervo Pessoal/Família Coelho


Em visita oficial ao Brasil, no dia 1º de novembro de 1968, a Rainha Elizabeth II fez a parada do seu voo vindo de Londres no Aeroporto dos Guararapes. Daqui, seguiu na fragata Britannia até Salvador e depois para o Rio de Janeiro. Para gerar expectativa na capital pernambucana, uma exposição de joias da realeza foi realizada e visitada por cerca de 100 mil pessoas, segundo jornais da época. Depois, a mostra seguiu para outras cidades.

O príncipe Phillip, marido da Rainha, chegou em um voo separado, 15 minutos antes. Do aeroporto, a rainha seguiu em carro aberto, o Lincoln 1951, que até hoje é usado em ocasiões especiais pelos governadores, até o Palácio do Campo das Princesas. Os jornais registraram a presença de até 200 mil pessoas nas ruas. Bandeirinhas da Inglaterra e do Brasil foram distribuídas com estudantes.

Uma recepção com 180 convidados, com membros das comunidades britânica e brasileira, foi montada no Palácio. Foi oferecido lanche com sucos e frutas tropicais. A rainha não aceitou as frutas, alegando que já havia se alimentado no avião. Mas provou suco de pitanga. O príncipe tomou uma dose de uísque e depois provou o mesmo suco.

GAFES

E, claro, houve gafes. Os convidados, especialmente as mulheres, não se acertaram com relação aos trajes. Enquanto algumas usavam vestidos mais adequados para festas de luxo, outras optaram por trajes mais leves, adequadas ao horário do fim da tarde.

A atitude do então arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder, também foi notícia. Ele chegou a pé à recepção no Palácio do Campo das Princesas, por volta das 16h, e saiu antes da recepção acabar, quebrando o protocolo, que indicava que ninguém deveria se despedir antes da Rainha deixar o local. O religioso foi lanchar na Praça da Independência. No Palácio, Elizabeth II fez questão de cumprimentá-lo.

Depois de cumpridas as formalidades, a Rainha e o príncipe deixaram o Palácio em direção ao Porto do Recife. A família real deixou a capital às 19h50, a bordo da Britannia. A banda de fuzileiros navais inglesa tocou A Banda, de Chico Buarque. Também foi executado o frevo Última Hora. De dentro do iate, a Rainha e o príncipe acenaram para o público.

Do Recife, o casal real seguiu para Salvador, onde visitou o Mercado Modelo, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Na capital federal, Elizabeth II fez um discurso no Congresso Nacional. Durante a passagem pelo Rio, ela o príncipe foram ao Maracanã assistir a uma partida com Pelé e Gerson. Ela também participou da solenidade que marcou o início da construção da ponte Rio-Niterói. Em São Paulo, a Rainha participou da inauguração da nova sede do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e foi ao Museu do Ipiranga.

No dia 18 de novembro de 1968, o casal real retornou ao Recife. Desta vez, permaneceram na cidade por 14 horas. Foi oferecido um jantar ao governador Nilo Coelho no Britannia. No dia seguinte, eles partiram de volta à Inglaterra.

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