Segundo o general Joe Dunford, chefe do Estado-Maior americano, as forças ocidentais apontaram às 04h00 na Síria (22h00 de sexta-feira em Brasília) para três alvos vinculados ao programa sírio de armas químicas, um perto de Damasco e outros dois na região de Homs, no centro da Síria.
Uma hora depois, os bombardeios haviam "terminado", acrescentou, e disse que por enquanto não preveem outra operação.
Os aliados, segundo o Pentágono, evitaram alcançar qualquer ponto onde se encontrassem forças russas, presentes em muitos lugares do país, e aliadas do governo de Damasco.
Moscou confirmou que nenhum dos bombardeios afetou as bases aérea e naval russas na Síria.
O presidente francês, Emmanuel Macron, destacou que os bombardeios franceses estiveram "circunscritos às capacidades do regime que permitem a produção e o uso de armas químicas".
Os britânicos assinalaram ter atacado um complexo militar — uma antiga base de mísseis — localizada 24 quilômetros a oeste de Homs, "onde se supõe que o regime guardava armas químicas".
A televisão estatal síria indicou que, segundo "informações" obtidas, um "centro de pesquisa" na zona de Barzah, no nordeste de Damasco, se encontrava entre os alvos.
No total, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha lançaram 105 mísseis e "estamos certos que todos os nossos mísseis alcançaram seu objetivo", disse um funcionário de alto escalão do Pentágono, o general Kenneth McKenzie, que desmentiu as afirmações de Moscou segundo as quais 71 mísseis ocidentais haviam sido interceptados.
O secretário americano da Defesa, Jim Mattis, detalhou que as forças americanas haviam empregado o dobro de munições em relação ao bombardeio de abril de 2017 contra a base militar de Al-Shayrat, perto de Homs.
Não houve baixas do lado americano, de acordo com o Pentágono.
A França, por sua vez, usou na missão fragatas polivalentes no Mediterrâneo e aviões caça-bombardeiros Rafale, segundo a ministra das Forças Armadas, Florence Parly.
Londres usou quatro caças Tornado GR4 da Royal Air Force, equipados com mísseis Storm Shadow.
Washington e seus aliados dispararam "cerca de 110 mísseis contra alvos em Damasco e outros lugares" na Síria, segundo fontes militares sírias, que afirmam ter interceptado a "maioria" dos mísseis.
De acordo com a Rússia, a defesa antiaérea síria interceptou 71 mísseis de cruzeiro de um total de 103. As instalações russas de defesa antiaérea estacionadas na Síria não foram usadas, segundo o Ministério russo da Defesa.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu moderação e que os países evitem qualquer ação que possa provocar uma escalada violenta na Síria.
O governo sírio denunciou uma "agressão bárbara e brutal dos ocidentais" e uma "violação flagrante" do direito internacional. Segundo Damasco, o ataque quer atrapalhar uma missão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) que deveria começar sua investigação neste sábado em Duma.
A Rússia, aliada de Damasco, também reagiu duramente. A Síria, que resiste há anos "a uma agressão terrorista", foi atacada por uma operação militar do Ocidente quando tinha "a oportunidade de ter um futuro pacífico", disse neste sábado a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.
O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, condenou duramente os ataques à Síria e tachou de "criminosos" o presidente americano, Donald Trump, seu contraparte francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra britânica, Theresa May.
A Otan também deu seu "apoio" à ação militar, que, segundo disse, reduzirá a capacidade do governo de realizar outros ataques químicos. A Turquia qualificou os bombardeios de "apropriados", e Israel de "justificados".