A Venezuela denunciou nesta terça-feira (8) o "cinismo supremacista" do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que pediu a suspensão das eleições de 20 de maio nas quais o presidente Nicolás Maduro tentará a reeleição.
"O Sr. Pence, em seu cinismo supremacista, pretende encobrir os danos que seu governo provocou na sociedade venezuelana", indicou o ministério das Relações Exteriores em um comunicado, reiterando que as eleições vão ser mantidas.
Segundo o governo de Maduro, Washington tenta impor seus ataques - como se refere às sanções impostas a autoridades e empresas venezuelanas - com uma "falsa de preocupação humanitária, cujo objetivo é distorcer a vontade do povo de reapropriar-se das riquezas e os recursos naturais de nosso país".
Na segunda-feira, o vice-presidente americano exigiu na OEA a suspensão das eleições de 20 de maio, que qualificou de "fraude", e desafiou o presidente venezuelano a organizar uma votação "real".
Washington também ampliou suas sanções contra pessoas vinculadas ao governo venezuelano, bloqueando ativos de três cidadãos e de 20 empresas por ligações com o narcotráfico e com lavagem de dinheiro.
A eleição de 20 de maio é boicotada pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que se nega a apresentar candidatos para um processo que qualifica de "show fraudulento".
O governo de Maduro afirmou que o "comportamento arrogante" da Casa Branca reafirma "a decisão da Venezuela de renunciar à sua participação na OEA", instância que acusou de ser um "instrumento de agressão que revive o colonialismo".
"Nos últimos anos, a OEA reafirmou sua condição original de organismo colonialista, a serviço das ambições de dominação de Washington em nossa região", acrescenta o texto.
A Venezuela anunciou sua retirada da OEA em abril de 2017, mas o processo de saída levará dois anos.