Mais de 120.000 venezuelanos pediram refúgio no Peru, que recebeu anteriormente uma avalanche de migrantes que fogem da crise no país petroleiro, afirmou nesta terça-feira (28) o chanceler peruano, Néstor Popolizio.
"Recebemos, ao longo dos últimos três anos, mais de 120.000 solicitações de refúgio" de venezuelanos, declarou o chanceler ao canal RPP.
Esta cifra representa um quarto dos venezuelanos que chegaram desde 2015 ao Peru fugindo da aguda crise política e econômica em seu pais, segundo cifras oficiais peruanas.
"Isso (a solicitação de refúgio) é independente do processo realizado para a permissão temporária de permanência ou para qualquer outro status migratório", explicou Popolizio.
A maior parte dos migrantes entrou no Peru do Equador pela passagem fronteiriça de Tumbes, 1.292 quilômetros ao norte de Lima, após longas travessias de ônibus ou a pé depois de sair da Venezuela para a Colômbia.
Além do governo peruano, a agência da ONU para os refugiados (Acnur), a Federação Internacional da Cruz Vermelha e as igrejas dividem alimentos e dão assistência aos migrantes, tanto na fronteira como em Lima.
"Temos abrigos identificados que nos permitem localizá-los e que têm um trânsito inicial que não é difícil e que lhes possibilita se espalhar por toda a sociedade peruana", declarou Popolizio.
O governo peruano exige desde sábado passaporte aos venezuelanos, mas estes puderam continuar entrando no país sem apresentar este documento como prévia solicitação de refúgio.
Também podem entrar no Peru sem passaporte - documento difícil de conseguir na Venezuela devido aos intermináveis trâmites, a corrupção e a falta de papel - as grávidas, os idosos e as crianças que chegam para se reunir com seus pais.
Mais de 1,6 milhão de venezuelanos saíram de seu país a partir de 2015 diante da piora da crise.
Dos 500.000 venezuelanos no Peru, 97 deles voltaram à Venezuela na segunda-feira em um avião enviado pelo presidente Nicolás Maduro, alegando que tiveram dificuldades para encontrar emprego ou foram vítimas de discriminação.