Celulares passam a ser proibidos nas salas de aula na França

Esta prática já havia sido adotada por muitos centros, mas agora a lei se aplicará a todos os estabelecimentos.
AFP
Publicado em 03/09/2018 às 9:36
Esta prática já havia sido adotada por muitos centros, mas agora a lei se aplicará a todos os estabelecimentos. Foto: Foto: Arquivo/Agência Brasil


A volta às aulas na França depois das férias de verão foi marcada, nesta segunda-feira (3), pela proibição do uso de aparelhos eletrônicos no ensino obrigatório, uma medida que deflagrou um amplo debate social.

A nova lei proíbe o uso de qualquer aparelho conectado (celular, tablet, relógio) nas escolas de Ensino Básico e nos "collèges", ou seja, até os 14-15 anos. Já os liceus (até os 18 anos) terão a possibilidade de aplicar a medida total, ou parcialmente. Esta prática já havia sido adotada por muitos centros, mas agora a lei se aplicará a todos os estabelecimentos. Adotada no final de julho, a nova lei é uma promessa eleitoral do presidente Emmanuel Macron.

Os defensores da norma alegam que o uso do telefone celular prejudica a capacidade de atenção em classe, o ambiente escolar e reduz a atividade física nos pátios, além de servir para expor os menores a conteúdos violentos, ou pornográficos. É uma lei "de entrada no século XXI", que envia uma "mensagem para a sociedade francesa" e também para o exterior, com "outros países interessados", disse o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer. Quase nove em cada dez jovens de 12 a 17 anos (86%) têm celular na França.

Críticos

Os críticos da medida denunciaram uma "operação de comunicação" e uma "lei de circunstâncias" que "não mudará nada". Também ressaltam a falta de recursos para sua aplicação, já que o governo aconselha, por exemplo, guardar os celulares em armários com chave, mas algumas escolas não têm.

A lei também permite que o aparelho seja apreendido, algo que os professores não tinham o direito de fazer até agora. "É um bom sinal: na escola, se você estuda, não está com os telefones", disse à AFP Marie-Coline Madeleine, de 41 anos. Sua filha, que começa este ano o Ensino Médio, deixará o celular na mochila. "Com os adolescentes é difícil. Não controlamos o que veem (...) Minha filha já sabe que os eletrônicos podem ser apenas em pequenas doses", acrescentou Marie-Coline.

Vários alunos interrogados em um colégio de Paris disseram que manterão seus aparelhos desligados durante o dia nas salas de aula, mas que continuarão com eles para se comunicar com os pais quando as aulas terminarem.

Mais de 12 milhões de alunos voltaram das férias nesta segunda-feira na França.

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