Um grupo de 2 mil centro-americanos que segue para os Estados Unidos estava nesta segunda-feira (5) em um albergue da Cidade do México, onde espera a chegada de mais migrantes, informaram as autoridades.
Fugindo da miséria e da violência que afetam seus países, a primeira leva de migrantes partiu no dia 13 de outubro, da cidade hondurenha de San Pedro Sula, a 1.600 km da capital mexicana, e no caminho recebeu adesões de outros grupos, procedentes principalmente de El Salvador e Guatemala.
Para abrigar os migrantes, as autoridades da capital mexicana transformaram um estádio do leste da cidade em um albergue, onde esperam alojar 5 mil migrantes até esta quarta-feira (7).
Os migrantes na cidade do México descansam e aguardam a chegada de outras caravanas, que se deslocam pelos estados de Puebla (centro), Veracruz (leste) e Chiapas (sudeste).
Em contraste com o calor asfixiante que enfrentaram no primeiro trecho de sua viagem, na Cidade do México os migrantes têm um vento frio característico do outono boreal a uma altitude de 2.200 metros.
"Não consegui dormir de frio e por estar tossindo", disse à AFP Karla Membreño, uma hondurenha de 23 anos visivelmente gripada que viaja com o marido e uma cunhada.
Os problemas respiratórios devido ao clima estão afetando muitos migrantes.
Os migrantes são atendidos em postos médicos e muitos estão sendo vacinados contra gripe, doença que cresce no outono, explicou um médico à rede Televisa.
Como ocorreu em outras regiões do México, os migrantes recebem doações de roupas e alimentos.
"Viemos para apoiar os migrantes, sabemos que estão sofrendo no caminho, lhes oferecemos café", disse Pablo Cárdenas, um vizinho do albergue.
Na Cidade do México, muitos migrantes aproveitaram para pedir a permissão de livre trânsito no território mexicano até a fronteira dos Estados Unidos.
Outros grupos de migrantes percorrem distintos trechos do território mexicano.
Na madrugada desta segunda-feira, milhares de migrantes partiram de albergues em Puebla, 120 km da Cidade do México, a maioria a pé, mas também de carona em caminhonetes e caminhões.
Outros 2.000 estão em Chiapas, estado que faz fronteira com a Guatemala, enquanto um quatro grupo se desloca por Veracruz, um trecho de risco devido à forte presença do crime organizado.