O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou na manhã desta segunda-feira (11) através de sua conta no Twitter, invasões à sua casa. O então líder de estado anunciou neste domingo (10) sua renúncia ao cargo, depois de três semanas de protestos contra sua polêmica reeleição e depois de perder o apoio das Forças Armadas e da Polícia. As publicações abaixo foram traduzidos em tradução livre.
"Os golpistas que invadiram a minha casa e a de minha irmã incendiaram residências, ameaçaram ministros e seus filhos de morte e humilharam uma prefeita. Agora mentem e tratam de nos culpar pelo caos e violência que eles provocaram. A Bolívia e o mundo são testemunhas do golpe", disse Morales.
Segundo a publicação, um policial tem ordens de apreensão contra o boliviano. "Denuncio ao mundo e ao povo boliviano que um oficial da polícia anunciou publicamente que tem instrução de executar uma ordem de apreensão ilegal contra a minha pessoa; da mesma forma, grupos violentos invadiram minha casa. Os golpistas destroem o Estado de Direito", expôs.
Apesar das ameaças que diz estar sofrendo, Morales agradece pelo apoio de simpatizantes ao seu governo, e afirma que jamais os abandonará. "Estou muito grato pela solidariedade do povo, 'herman@s' da Bolívia e o mundo que se nos mandam recomendações, sugestões e expressões de reconhecimento que dão incentivo, fortaleza e energia. Me emocionei a ponto de chorar. Não me abandonaram; nunca os abandonarei".
Leia Também
- Ex-presidente boliviano Evo Morales pede a pacificação do país
- Renúncia de Evo Morales deixa vácuo de poder na Bolívia
- Após renúncia de Evo, Bolsonaro defende voto impresso no Brasil
- Bolsonaro, Lula e outros políticos comentam a renúncia do presidente boliviano Evo Morales
- Evo Morales, presidente da Bolívia, anuncia sua renúncia
O líder sindical dos cocaleros pediu aos líderes civis do movimento que pressionou por sua renúncia, que ele chama de golpe de Estado, que "assumam sua responsabilidade de pacificar o país".
"Mesa e Camacho, discriminadores e conspiradores, entrarão na história como racistas e golpistas. Que assumam a responsabilidade de pacificar o país e garantir a estabilidade política e convivência pacífica do nosso povo. O mundo e bolivianos patriotas repudiam o golpe", exprimiu.
Substituto
Morales, que ainda tem maioria no Congresso que escolherá seu substituto provisório, afirmou que "o mundo e bolivianos patriotas repudiam o golpe", depois de se pressionado por militares e policiais para que renunciasse ao cargo.
"Os ministro de Governo (Interior) e Defesa estão em funções, pois ainda não renunciaram", afirmou Gustavo Pedraza, candidato à vice-presidência da chapa de Carlos Mesa nas eleições anuladas de outubro.
No momento, a Bolívia está sem presidente. A Constituição estabelece que a sucessão começa com o vice-presidente, seguido pelo presidente do Senado e depois pelo titular da Câmara dos Deputados, mas todos renunciaram com Morales.
O ex-presidente, que passou quase 14 anos no poder, tuitou ainda que a solidariedade recebida dá "alento, força e energia. Me emocionaram e me fizeram chorar. Nunca me abandonaram; nunca os abandonarei".