Hong Kong: cresce tensão após confrontos violentos

. Os manifestantes se reúnem na sede do governo. Na manhã de sábado (4), houve empurra-empurra e gritaria em Mong Kok, onde as lutas se alastraram durante a noite anterior, e em Causeway Bay, que estava relativamente calma
Valéria Oliveira
Publicado em 04/10/2014 às 11:19


O atrito entre manifestantes pró-democracia e opositores do movimento continuava neste sábado (4) com a polícia negando qualquer ligação com gangues criminosas suspeitas de incitar ataques contra pessoas que participam dos protestos.

Os manifestantes pediram a apoiadores que voltem às ruas esta noite para mostrar solidariedade. "Quanto mais repressão por parte do governo, maior será a resistência da população", disse Joshua Wong, líder estudantil de 17 anos. Os manifestantes se reúnem na sede do governo, o principal local do protesto, e disseram que o grupo deve manter o controle de dois outros locais onde ocorrem confrontos desde sexta-feira à noite. Na manhã de sábado (4), houve empurra-empurra e gritaria em Mong Kok, onde as lutas se alastraram durante a noite anterior, e em Causeway Bay, que estava relativamente calma.

A polícia exigiu que as vias da cidade sejam liberadas na segunda-feira de manhã. O governante Leung Chun-ying pediu que os protestos cessem imediatamente. "Espero que os fundadores do Occupy Central e manifestantes levem o interesse geral em consideração", afirmou. "[Eles] devem parar imediatamente de se reunir nas ruas."

Policiais prenderam 19 pessoas durante uma noite de confrontos, na qual pelo menos 12 civis e seis policiais ficaram feridos. Foram identificados oito homens cujo passado está ligado ligados a tríades, ou crime organizado, disse o superintendente sênior de Hong Kong, Patrick Kwok Pak-chung. As autoridades negaram rumores de que poderiam ter se associado com as gangues para expulsar manifestantes das ruas. "Tais rumores que nos associam a 'sociedades obscuras' são absolutamente injustos", disse o chefe de segurança de Hong Kong, Lai Tung-Kwok, a jornalistas, visivelmente agitado. O superintendente-adjunto da polícia local Cheung Tak-Keung, disse que estava sendo feito o possível para manter "zonas tampão" entre pessoas de pontos de vista opostos. "A situação não era fácil de lidar. Havia milhares de pessoas", disse Cheung.

Os confrontos levaram líderes do protesto a cancelar as planejadas conversas com o governo sobre reformas políticas. Estudantes e outros ativistas se opõem à decisão da China de exigir que uma comissão de figuras em sua maioria pró-Pequim avalie candidatos para a primeira eleição de um líder para Hong Kong em 2017. Eles também querem a renúncia de Leung Chun-ying. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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