Voltaram ao Brasil 204 militares que faziam parte da Missão das Nações Unidas no Haiti. O voo chegou ontem (24) à noite na Base Aérea de Guarulhos, na Grande São Paulo. Os integrantes do 26º contingente enviado ao país caribenho foram recebido em uma solenidade, com música e cumprimentos de autoridades das Forças Armadas.
O comandante militar do Sudeste, general João Camilo Pires de Campos fez um discurso parabenizando os homens e mulheres pelos resultados da missão. O grupo ainda ficará por dois dias na base, antes de ir para casa, a fim de passar por exames médicos e procedimentos burocráticos.
O general Campos destacou os feitos dos militares brasileiros no Haiti. Segundo ele, além de pacificar o país, a missão, nos 13 anos de duração, foi fundamental durante os desastres naturais que ocorreram – o terremoto de 2010 e o furacão de 2016. “Contribuição para as missões humanitárias e estabilização do Haiti. E a contribuição para que a polícia nacional haitiana se consolidasse, como se consolidou”, afirmou.
A atuação fora do país também trouxe, segundo o general, expertise para as tropas brasileiras. “Voltamos muito mais ricos do que quando fomos, com aquela riqueza que o ladrão não rouba e a ferrugem não corrói”, acrescentou.
A desmobilização da missão no Haiti começou no fim de agosto. O primeiro voo com os militares brasileiros chegou na madrugada de sábado (23). Mais dois voos devem chegar até o fim de setembro, removendo cerca de 90% da força presente na ilha. O encerramento completo dos trabalhos deve ocorrer em 15 de outubro.
A desmobilização começou em 31 de agosto na capital do Haiti, Porto Príncipe. Ao longo da missão, 37,5 mil militares participaram dos esforços de paz. O objetivo era proporcionar estabilidade e segurança ao povo do Haiti, assim como assistência humanitária, depois que o país foi alvo de um terremoto que deixou mais de 220 mil mortos.
Desde junho de 2004, quando foi escolhido para comandar o braço militar da missão de estabilização formada por tropas de 16 países, o Brasil enviou ao Haiti cerca de 37,5 mil militares. O maior contingente é o do Exército, que mobilizou 30.359 homens e mulheres. A Marinha enviou 6.299 militares e a Aeronáutica, 350. Vinte e cinco militares brasileiros morreram nesse período, incluindo dois generais.